Adeline se sentia um pássaro livre quando o médico da ilha tirou a faixa de seu braço quebrado, ele parecia mais magro do que o outro, mas não foi um incômodo para peculiar. Em sua primeira oportunidade, ela deu um mortal para trás deixando sua forma humana e em um segundo havia se tornado um corvo pequeno e ágil. Ela saiu pela janela e voou ao redor da casa, sentindo a brisa contra suas penas escuras, era como respirar pela primeira vez, um tanto sarcástico para a Peregrine que havia nascido natimorta.
Após longos minutos, ela voltou a sua forma humana com um sorriso grandioso em seus lábios levemente rosados, caminhando pelos corredores do orfanato com outra personalidade, fazendo todos estranharem. A garota entrou na cozinha dando de cara com Jake resmungando para si próprio em tom baixo, ele a encarou segundo depois percebendo sua presença, parecia chateado com alguma coisa.
— Terapia — ela despejou chá em uma xícara e se sentou em uma cadeira.
— O que? — ele franziu a testa. E então suspirou, colocando suas mãos levemente trêmulas nos bolsos de sua jaqueta verde musgo — Quem é o senhor Barron?
A peculiar cuspiu o chá ao ouvir o nome tão temido, ela levantou seus olhos negros para Jake e recuperou sua postura, deixando a xícara de lado e se levantando com o semblante nada amigável. Havia chegado o momento. Provavelmente, o garoto havia perguntado a sua mãe e a mesma havia recusado responder e então sobrará para ela. Adel engoliu seco e pediu para o Portman segui-la até o escritório da srta. Peregrine, que normalmente era proibido entrar sem permissão.
Ela empurrou a porta e caminhou até uma das estantes, seus dedos finos passando sobre as colunas dos diversos livro, até retirar um específico, grosso de capa dura de coloração escura com o desenho da evolução do macaco para o homem, e logo acima estava escrito "Uma história peculiar" . A Peregrine sentou-se no sofá de couro ao lado de seu amigo, que estava confuso com cada ação dela.
— Isto está relacionado com a morte do meu avô, não é? — ele continuou franzindo a testa — Ele estava sem olhos.
— Nos os chamamos de éteros — Adel suspirou e olhou para o livro em seu colo — Caçam os peculiares.
— Os monstros das histórias do meu avô... — ele se encolheu, e então olhou para garota ao seu lado — Eu te vi matar um.
— Foi o mesmo que matou o Abe e o que tentou nos matar — explicou — Queria os nossos olhos.
— Nos matar? — se virou desorientado — Não seria apenas você?
— Era para termos contado á você muito antes, porém o Abe me proibiu de lhe contar a verdade — disse com a voz tranquila — Ele queria que você tivesse uma vida normal, a qual os peculiares não tem o direito de viver.
— Mas eu vive, sem dúvida nenhuma — suspirou, se sentindo envergonhado.
Adel tocou em seu ombro e deu pequeno sorriso confortante, ela abriu o livro mostrando uma fotografia de vários cientistas, e passou para as mãos de Jake. Estava na hora dele descobrir todo o motivo que havia virado seu mundo uma loucura e da Peregrine enfrentar seu antigo rival, que tanto lutou para derrotar e nunca conseguiu colocar as mãos nele.
— Há muitos anos surgiu uma facção de peculiares descontentes, cansados de viver nas fendas — Adel apontou para um homem no centro da fotografia, que tinha o cabelo crespo, pele morena e usava um jaleco branco por cima do terno — Esse é o senhor Barron.
— Barron Winters — uma voz soou pelo cômodo, fazendo os dois adolescentes olharem para o indivíduo.
— Senhor Olsen? — Jake levantou-se rapidamente do sofá e o encarou incrédulo — Como está aqui?
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──𝐏𝐄𝐂𝐔𝐋𝐈𝐀𝐑𝐈𝐓𝐘 | Enoch O'connor
Fantasia❝ Como podemos ser melhores amigos, quando estou profundamente, apaixonado por você? ❞ QUANDO uma criança nasceu do fruto de uma Ymbryne e um peculiar, se tornando o Peculiar mais poderoso de todos, não apenas podia manipular o tempo e se transform...