008. "i'm in"

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SOFIA.

Chego no colégio meio pra baixo, só que quando subo as escadas vejo uma cena que não queria.

Era o JJ. E uma garota.

Se beijando.

Fico analisando pra ver se realmente é o JJ, até que ele me vê. Era ele.

Antes de eu chegar até ele, a garota dá um beijo de "despedida" e sai.

— Quem era aquela, JJ? — pergunto.

— A Brooke? Minha namorada. A gente tá junto há uns dois anos.

— Dois anos? Eu achei que a gente tava namorando.

— Linda, foi mó legal. Até curti você.

— Como assim, JJ?

— A Brooke tava fora, ai eu pedi pra te convidarem. E rolou um clima entre nós dois. Foi muito foda, mas a Brooke voltou. Achei irado nosso lance, podemos repetir?

— Você tá me achando com cara de vadia? — pergunto nervosa.

— Não, calma aí.

— Você botou alguma coisa na minha água. Eu não sei o que foi, mas eu me senti leve... solta... feliz. Eu achei que era amor.

— Eu sabia que você era virgem. Fiz um baita de um favor pra ti. Te livrei desse peso, virgindade é coisa do século passado. Fui. — ele diz saindo.

Eu não podia acreditar no que ouvi. Principalmente saindo dele. Eu estava chorando e só consegui ouvir a trupe da Sarah de zoação com minha cara.

— Você achou que ia pegar meu primo? — Sarah fala enquanto eu pego meu material no armário.

— Dá um tempo, Sarah. Por favor.

— Eu vou postar assim "Sofia, a pobrete, queria estar em um relacionamento sério com JJ Maybank" vai bombar. — me viro pra ela. — Você é dessas que acha que virgindade tem valor?

— Quem que te contou?

— Se toca, o JJ é meu primo. A gente conta tudo. — ela ri. — Rídicula, virgem ainda. O JJ te fez um favor.

Eu tinha pedido pra diretora pra sair mais cedo hoje de novo, não estava nada bem. Prefiro ignorar os comentários de Sarah e vou direto pra porta de saída e encontro com Pope vindo na minha direção.

— Tá mal, né? Eu vi de longe o lance com o JJ.

— Eu não tô afim de papo, Pope. Só quero sumir daqui.

— Sofia, essa galera com grana não tá nem aí pra gente. O JJ só queria te pegar. Você é linda, merece um cara legal, que goste de você.

— Obrigada, Pope. Eu vou melhorar. Só quero ir pra casa chorar sozinha. — digo saindo pela porta deixando Pope sozinho.

— Intimação judicial? É tão grave assim pra vovó passar mal? — pergunto pra Margot.

Quando cheguei em casa, minha avó estava com um médico e minha mãe no quarto. Ela havia passado mal, e esse era o motivo.

— É, Sof. A vovó não paga o apartamento tem mais de dois anos. Eles podem exigir um leilão do apartamento e saldar a dívida com o dinheiro. — ela responde.

— Ela vai perder o apartamento?

— Se a gente não pagar, sim.

— E a gente vai morar onde?

— Não sei, Sof. A gente vai dar um jeito. Se um aviso desse fez a vovó passar mal, imagina se ela perder o apartamento de vez. — fico incrédula com o que ela disse.

— A gente não pode fazer nada pra impedir?

— A gente não tem dinheiro, Sofia. Recepcionista não se ganha nem 1.000 dólares por mês, muito menos o home office que a mamãe trabalha. Estamos em Nova Iorque, não é uma cidade barata. Nem vendendo carro resolve.

Sozinha no meu quarto, chorando, eu fico pensativa no que estava prestes a fazer. Fico por alguns segundos encarando o chão até ter certeza.

Vou me trocar e pegar minha bolsa com a roupa que usei ontem no evento, e assim decido de vez o que vou fazer.

— Já vai sair, filha? Você ainda não me explicou por que você chegou cedo da escola. — minha mãe fala antes de eu sair pela porta.

— Depois eu te explico, mãe. Preciso ir na agência devolver a roupa que eu usei no evento de ontem. Tchau, gente. Fica bem, vó. — digo saindo.

— Se veio atrás do cachê, perdeu a viagem. Ainda não saiu. — diz Paloma assim que entro na agência.

— Eu só vim falar com a Sasha. — falo.

— Esquece. Você tá na lista negra da Sasha, ela tá uma fera com você. — Ronan fala.

— Então pode deixar que eu mesma vou. — digo indo até as escadas mas Paloma me puxa.

— Sem autorização só por cima do meu cadáver. A Sasha não quer nem ouvir seu nome, anjinho.

— Angel, esquece, a gente não vai atrapalhar a absoluta por sua causa. — Ronan completa.

— Ronan, por favor.

— Ai como eu sou uma pessoa boa. Acho que nas minhas veias correm marshmallows ao invés de sangue.

— Fala com ela, Ronan. Por mim.

Ronan conversou bem com Sasha e ela me deixou subir, me deixou mofando por um tempinho na recepção, mas me liberou.

— Seja rápida. Diga o que você quer e vai embora. — começa Sasha com um tom alto. — Você tem ideia da situação que você me colocou? Abandonar um homem poderoso com o Goodwin no meio de um restaurante pode colocar minha agência em um sério risco! Eu devia ter percebido, vindo do interior, careta, com esse cérebro de minhoca, você não vai longe. Eu tive que ir pessoalmente ao restaurante pra me desculpar com o Goodwin. Agora, pega esse vestido ai que você usou e devolve pra Paloma, e ai você some daqui. Você não serve pra essa agência.

— Eu topo.

— Topa o que, garota?

— Eu topo fazer o Book Rosa. — Sasha volta seu olhar em mim, cheio de esperança.

— Tarde demais. Eu tentei te ajudar mas você foi ingrata.

— Me ajuda, Sasha. Eu preciso do dinheiro, eu tenho que ajudar minha avó.

— Ontem você não precisava da minha ajuda.

— Não tanto quanto hoje. Ela recebeu uma intimação e pode perder o apartamento. — Sasha olha com dúvida.

— Dinheiro não cai do céu assim.

— Eu sei, não tem problema. O processo demora.

— Você é muito bobinha, garota. Você não tem namorado? Daqui a pouco tá ele aqui fazendo escândalo na minha porta.

— Não tenho. Nem tinha. Eu me iludi. Me deixa fazer Book Rosa.

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𝐈𝐋𝐋𝐈𝐂𝐈𝐓 𝐀𝐅𝐅𝐀𝐈𝐑𝐒 - Rafe CameronOnde histórias criam vida. Descubra agora