014. "representation budget"

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SOFIA.

— Ronan, tenho uma missão pra você. — Sasha fala assim que chega na agência. — Angel, vem aqui comigo, meu amor!

— Minha missão é segurar sacolas? — Ronan diz. — Isso é coisa de homem.

Estávamos no shopping, Sasha havia me chamado pra fazer compras pro meu guarda-roupa. Era um shopping com diversas lojas de grife, onde eu nunca se quer sonhei em pisar.

— Você é o único homem que podia vir, Ronan.

— Por que você quer comprar roupas pra mim, Sasha? — pergunto.

— Eu não disse que ia te ajudar? Você agora é modelo da minha agência, tem que se vestir com elegância. Roupa boa e fina. Tudo presente meu, hein? Vou te dar um banho de grife. — ela responde.

Eu estava encanta. Mal havia chegando no shopping e já tinha visto diversas lojas como Dior, Prada.

Não vou negar que entrei em todas, e experimentava tudo. E sempre dava uma desfilada para Ronan e Sasha verem.

Estávamos na Loro Piana experimentando sapatos e vendo bolsas.

— Sasha, será que eu posso pegar essa bolsa pra minha irmã usar no trabalho? Eu te pago depois. — pergunto segurando uma bolsa tote amarela.

— Imagina, meu amor. Pode levar sim!

— Eu não quero abusar disso.

— Meu amor, abusa! Eu adoro ajudar. E eu gosto de te ver feliz, sei que você adora sua família.

— Temos que comprar um celular novo pra você, viu Angel? — Sasha fala e eu pulo de felicidade.

— Sério mesmo? — digo abraçando o Ronan por trás, ele também estava feliz.

— Que coisa linda, Sof! Eu nunca tinha ganhado uma bolsa tão linda. — Margot fala mostrando a bolsa que eu dei.

— Você merece. — digo a abraçando.

— Você foi as compras com que dinheiro, Sof? — minha mãe pergunta.

— Foi com a Sasha. As compras fazem parte da verba de representação.

— Isso que é emprego, hein? Comprar sem pagar... — Margot fala, ela estava feliz mas um pouco desconfiada. — Deixa que eu te ajudo com as sacolas. — ela diz e me segue até meu quarto.

— É muita sacola. — digo rindo e Margot fecha a porta do quarto. — Deixa eu te mostrar esse vestido aqui. — termino pegando um vestido da sacola.

— Sofia, eu vou ser direta. Você ganhou tanto dinheiro, em tão pouco tempo. Seja honesta, você tá saindo com algum homem, ou vários homens, que te dão grana? — eu gelei assim que ela perguntou. — Você tá fazendo programa?

— O que você me perguntou? Te dei um presente e você me ofende?

— A mamãe e a vovó tão cegas, porque leram coisas sobre modelos e que elas ganhavam milhões...

— Pois é, elas ganham.

— Sim, mas uma em um milhão. Eu não vou culpar a cegueira delas, não. No sufoco que a vovó tava, eu também me agarraria em qualquer solução. Mesmo nessa sua mágica de trazer tanto dinheiro pra casa, mas eu não sou cega.

— Você tá me ofendendo, Margot.

— Não tenta me enrolar, Sof. Eu sei o que você tá fazendo, e se eu tô aqui é porque eu quero te orientar, eu sou a mais velha.

— Você tá inventando coisa. — digo levantando o tom de voz. — Você vai lá falar pra elas agora, né? Modelo tem verba de representação e a Sasha gosta de mim, ela quer investir na minha carreira.

— De repente você tem tanta explicação. Eu não vou falar nada pra elas, Sof. Eu não tenho prova e nem certeza de nada. Mas eu vou te dar um conselho... se você tiver fazendo algo errado pra ganhar dinheiro, para agora. Dinheiro que entra fácil vicia e não traz boa coisa.

— Parece até que tem experiência na área. — dou uma leve risada.

— Sofia, eu tenho experiência de vida. Se eu tô avisando, é porque eu te amo. Eu sou sua irmã, quero o seu bem.

— Eu também amo uma pessoa, tô apaixonada.

— É mesmo? Você tá com alguém? É por isso que você sai toda noite? — nessa hora meu celular toca com um som diferente e ela estranha.

Era o Rafe.

— Oi. — digo feliz atendendo o celular

— Oi, Angel. — Rafe responde da outra linha. — Hoje não vou poder te ver.

— Ah, por que?

— Reunião até tarde. Meu pai me encurralou aqui. Mas eu preferia te beijar agora.

— Entendi, eu não preciso ir no evento hoje. — estava inventando esse evento pra Margot não desconfiar com que eu estava falando.

— Tô morrendo de saudade. Tô ficando viciado em você. — eu rio. — Beijos.

— Beijos. — digo sorrindo desligando.

— Celular novo, né? — Margot fala. — Você não tem evento hoje?

— Tem. Mas eles acham melhor eu não ir porque é coisa pequena.

— Tá ficando importante. Só coisa grande agora.

— É, minha carreira tá indo bem. Vou fazer umas fotos pra uma revista amanhã, logo depois da aula.

— Quem era que você atendeu?

— Era o booker da agência, ele é muito engraçado.

— Qualquer dia eu vou ir conhecer a agência, viu?

— Pode ir quando quiser. — digo e ela vai em direção a porta.

— Sofia, se eu tiver enganada me desculpa. Mas, se eu tiver certa. Eu vou contar tudo pra elas. — ela termina e sai.

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𝐈𝐋𝐋𝐈𝐂𝐈𝐓 𝐀𝐅𝐅𝐀𝐈𝐑𝐒 - Rafe CameronOnde histórias criam vida. Descubra agora