Zero

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•PRÓLOGO“férias em família”

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PRÓLOGO
férias em família

Natasha.

— MANHÊÊÊ!

O grito de Miguel ecoa por toda a casa e é seguido pelo grito fino de Nicolás. Passo mais uma página do livro de romance, enquanto consigo escutar os dois discutindo.

Logo sons de objetos caindo chegam aos meus ouvidos, me fazendo arregalar levemente os olhos, mas ainda sem tirar a atenção do livro que eu lia naquele momento. Eu precisava terminar aquela leitura, já havia enrolado demais, então escolho considerar os gritos como algo bom, porque o importante é que eles estavam vivos, e ignoro tudo o que ouço naqueles minutos, até a casa voltar a ficar em completo silêncio, um tão absoluto que eu rapidamente fecho o livro. Encaro a porta do meu escritório, esperando escutar algo, mas nada. Me levanto em um pulo do meu canto de leitura, correndo até o quarto dos meninos e adentrando o local apressada, encontrando os dois embolados no chão, discutindo baixinho quem deveria soltar primeiro.

Respiro fundo, colocando uma das mãos na cintura e o peso do corpo em toda a minha perna esquerda, coçando o meio da minha testa. Finjo limpar a garganta e então as duas cabeças se viram na minha direção.

Mamá. — Os dois falam ao mesmo tempo, ambos com tons manhosos.

Como conseguiam ser tão idênticos em tudo? Como mãe, eu facilmente conseguia diferenciá-los seguindo alguns traços em seus rostos e corpos, mas qualquer outra pessoa os confundia. Os cabelos castanhos escuros se pareciam, os olhos redondos como uma jabuticaba eram iguais, as bocas, os sorrisos, até mesmo os cílios grandes e curvados eram idênticos. Mas o Miguel era um mísero centímetro maior que o irmão; o cabelo de Nicolás tinha as pontinhas mais claras; os olhos dele se pareciam mais com os meus e os de Miguel com os do pai; as bochechas do mais velho eram um tiquinho mais rechonchudas; e, mesmo tendo os rostos praticamente iguais, Miguel tinha um arzinho de mais atentado, enquanto Nicolás parecia ser mais quietinho.

A verdade é que ambos são uns pestinhas encrenqueiros. E, conhecendo-os tão bem, agora eles iriam querer que eu escolhesse um lado. Em 3, 2...

— Manhê, o Nicolás não quer deixar eu escolher o desenho! — O mais velho começa. — Diz pra ele que é a minha vez! — Pede.

— Não! É a minha vez de escolher, mamá! — Meu filho mais novo se defende.

— Não é, não! — Grita Miguel.

Suspiro bem fundo, já sentindo falta do silêncio.

Ah, as férias escolares... O que dizer da pior época de todas? Ok, os três primeiros dias foram gostosos. Passar momentos divertidos com os meus garotos, poder mimar os dois o dia inteiro com o amor e carinho que só uma mãe pode proporcionar, dividir histórias engraçadas... mas, Deus! Era tão cansativo. Sinceramente, gostaria de pagar milhões de reais a mais para as professoras deles e pedir dicas. Como conseguiam lidar com tantos alunos juntos todos os dias e eu sofrer com somente duas crianças em casa? Elas eram guerreiras e eu uma fraca, porque eu já estava prestes a enlouquecer.

S.O.S do Amor ━━ Jonathan CalleriOnde histórias criam vida. Descubra agora