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"━━ FÉRIAS EM FAMÍLIA!"
O casamento de Natasha e Jonathan chegou ao fim após muitos anos, entretanto, ambos sempre teriam Miguel e Nicolás, os gêmeos que vieram do fruto do amor que um dia existiu entre o casal, para manter um laço afetivo...
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• CAPÍTULO TRINTA E TRÊS “podemos, linda?”
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Jonathan.
Brinco com o resto da dose de whisky em meu copo, balançando o líquido de um lado para o outro enquanto encarava uma pequena rachadura no balcão do bar. Uma música não tão alta tocava pelo ambiente, que estava com uma quantidade considerável de pessoas. Todas elas pareciam estar ali para se divertir, curtir mais uma noite no cruzeiro que pagaram caro para embarcar, bem diferente de mim, que estava ali apenas para beber a maior quantidade possível de bebidas alcoólicas afim de conseguir esquecer a mulher que eu mais amava no mundo e o término do nosso relacionamento.
Eu sabia que aquilo não iria acontecer. Já havia tentado outras vezes, confesso, e nunca obtive sucesso. Natasha parece estar tatuada em meu cérebro. Mas ainda era válido tentar.
Não consegui ir para o meu novo quarto após a terrível conversa que tivemos com os nossos filhos. Não iria aguentar deitar na cama e lembrar de tudo o que Natasha me disse, sobre não me amar como a amo, sobre não termos nascido um para o outro, e a decisão final dela. Não aguentaria pensar nos meninos, nos olhinhos desapontados deles e do quanto estavam magoados com nós dois.
Me sentia culpado por colocá-los nessa situação outra vez. Fui eu quem aceitei a ideia ridícula de uma férias em família. Eu quem concordei que seria legal, que daria certo, que os fiz acreditar que Natasha e eu voltaríamos a ser o que éramos antes, não sabendo eu que isso é algo impossível.
Respiro fundo, virando o resto da dose e ignorando completamente o ardor em minha garganta quando a bebida desce rasgando.
O barulho do meu copo sendo colocado sobre o balcão é interrompido por um palavrão em português solto por uma mulher. Olho para o lado, encontrando uma morena de cabelos longos e escuros se sentando no banco ao meu lado, ainda resmungando sozinha. Franzo as sobrancelhas, a assistindo chamar o barman de modo insistente e pedindo pela bebida mais forte da casa, nem que fosse gasolina pura. Meu olhos se arregalam, vendo que talvez eu não fosse o único ali a querer esquecer de algo, e aproveito a deixa para pedir outra dose de whisky, chamando a atenção da mulher para mim.
Ignoro a presença dela ao meu lado, voltando a encarar a rachadura no balcão e a mergulhar em meus pensamentos.
— Você está sofrendo também? — Ouço e levanto as sobrancelhas junto com a cabeça, olhando para o lado novamente e encontrado olhos castanhos escuros me encarando curiosos.
— Acho que no mais do que você, que está disposta a tomar gasolina. — Comento e a mulher ri. — Pero, sí. Estou.
