𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 24

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Mordi a bochecha por dentro da boca decidindo se devia contar ou simplesmente mandar que ele não metesse o nariz onde não era chamado. Mas pensei que, se não contasse, ele acabaria concluindo que Cody fez algo que não devia.

Enquanto eu debatia a questão comigo mesmo, não consigo evitar de notar que Noah ficava gostoso com a roupa do time de futebol americano, aquelas ombreiras enormes e o capacete enfiado debaixo do braço. Seus cabelos estavam um pouco úmidos por conta do suor, e ele parecia um... Uau

Antes que ele percebesse que eu estava o comendo com os olhos, finalmente respondi. - ele ia me beijar no fim da noite, mas o beijei no rosto em vez disso. Ele não tentou fazer nada, foi uma situação totalmente normal, e fiz papel de idiota por ter virado o rosto, nada demais. As coisas tomaram uma proporção exagerada. É meio constrangedor.

Ele observou meu rosto por um momento antes de dizer: - só isso? Tem certeza?

Tive a sensação de que ele tentava não rir.

Bufei, prestes a bater o pé. - sim. Certeza absoluta. Porque você é sempre tão dramático? Não é como se qualquer garoto dessa escola fosse me obrigar a fazer qualquer coisa que eu não queira.

Ele ergueu uma sombrancelha, como se estivesse dizendo que era ingênua demais. Fiz de conta que nem percebi.

- agora, será que posso ir lavar essa porcaria de tinta ou a inquisição espanhola tem mais perguntas idiotas?

Ele soltou uma risadinha. - alguém está de mal humor.

- eu estou coberta de tinta, e você está me obrigando a responder esse interrogatório a troco de nada! É claro que eu estou de mal humor. -- sai pisando duro e entrei no vestiário.

Mas, quando me vi no espelho... Bem, tive que rir. Eu estava um desastre

Tinta respingada por todo o cabelo, manchando meu rosto e escorrendo pelo pescoço, entranhado se minha roupa...

Mas não achei tão engraçado quando percebi que aquela tinta não ia sair.

Ou quando percebi que não tinha outra blusa reserva no armário

Depois de passar dez minutos esfregando incansavelmente, consegui
tirar um pouco da tinta do cabelo e a maior parte que havia manchado
meu rosto. A tinta havia escorrido por dentro da blusa, e eu estava
assim ali dentro, de calça e sutiã, quando a porta se abriu.

Pensando que fosse Lee, não virei para trás.

- ei s/a, Lee disse que vai sair para comer com os rapazes, mas
se você quiser uma carona de volta para casa... -- Noah deixou a
frase morrer no ar quando me viu ali.

Fiquei paralisada, piscando os olhos diante do meu reflexo no
espelho.
Senti minhas bochechas esquentarem e me virei, esperando não
estar com o rosto tão vermelho quanto o meu reflexo.

- o quê? -- eu disse brava.

- nada

- não, perguntei o que você estava dizendo.

- Ah, sim, certo, ah, é mesmo, bem, Lee está saindo para comer
com os rapazes, mas disse que, se você quisesse ir direto para casa,
então terei que levar você. E, considerando que ainda está parecendo
uma obra de Picasso...

Olhei para os respingos de tinta que ainda cobriam minhas clavículas
e ri, tentando disfarçar a vergonha por ele estar me vendo de sutiã.
Ele havia me visto de biquíni outras vezes, mas aquele situação
parecia... diferente, de algum modo. - Sim. Pode falar para Lee ir embora.

- claro, quanto tempo vai demorar ai ainda?

Dei de ombros. - não sei. Já que você vai me levar direto pra casa, posso tomar banho pra lá, então...

Vesti minha blusa ainda úmida e fechei meus botões rapidamente, colocando a bolsa por cima do ombro. - vamos.

Eu não estava louca pra entrar no carro com Noah; esperava que ele fizesse até um tipo de sermão

E como está indo a construção da barraca? ele perguntou,
casualmente, enquanto atravessávamos o estacionamento. Olhei
para ele, desconfiada. Ele percebeu e deu de ombros. - O que foi? Não posso nem conversar com você?

Minha única resposta foi erguer as sombrancelhas com ceticismo.

Ele deu de ombros de novo. - enfim esqueça, vai me responder ou não?

Suspirei, apertando os olhos por um segundo. Sentia que devia ficar
irritada com ele, mas não conseguia encontrar uma razão legítima
para isso. Acho que Noah simplesmente causava um efeito estranho
em mim. Só não tinha descoberto ainda se esse efeito era bom ou ruim.

- está indo bem. Ainda temos coisas pra terminar antes da sexta, mas vamos conseguir. Desde que Lee não comece a passar tinta em mim de novo ao invés das letras

- bem, você até que daria uma bela obra impressionista, preciso admitir.

Parei de andar, fazendo com que Noah também parasse alguns passos adiante quando percebeu que eu não estava com ele. Olhei pra ele e ergui as sombrancelhas

- o que foi?

- acho que isso foi um elogio. Noah Flynn acabou de elogiar alguém. Liguem para os jornais pessoal!

Ele deu uma risada irônica, mas vi o brilho em seus olhos. Retribui o sorriso e continuei andando.

- você vem ao festival? -- perguntei pra ele.

- Sim. Sou meio que obrigado a fazer isso. É uma daquelas coisas
que todos os professores "estimulam" os alunos a fazer para
demonstrar o "espírito estudantil" e outras merdas.

- está pensando em dar uma passadinha na barraca do beijo?

Ele ergueu uma sombrancelha enquanto me olhava, com uma expressão irritante no rosto. - o que você está perguntando a/c?

- Todas as garotas, especialmente aquelas que vão trabalhar na
barraca do beijo, estão me pedindo para convencer você a passar por
lá. A oportunidade de beijar Noah Flynn é um atrativo empolgante
demais para algumas.

O sorriso dele ficou ainda maior. - Ah. Você não está perguntando por interesse próprio então?

Nem sonhando.

- não, definitivamente não.

- bem, não vou prometer nada. Você pode dizer a elas que talvez eu apareça por lá, se perguntarem de novo. E, como elas me conhecem, com certeza, vão perguntar de novo.

- você é tão convencido. -- murmurei, balançando a cabeça. Parei por um momento, procurando seu carro. Ele estava com o chaveiro nas mãos, mas eu não via o carro em lugar nenhum.

- onde está o seu carro? -- perguntei seguindo ele

- eu não vi de carro hoje.

- então... Como chegou até aqui?

- com minha moto

Gemi, começando a arrastar os pés, e em seguida parei


completamente, percebendo a bela motocicleta preta e vermelha que


ele havia criado a partir do pedaço de sucata que estava em sua


garagem. Não me entendam mal, ela era linda; mas eu nunca havia


subido em uma moto em toda minha vida. Ficava completamente em


pânico só de pensar no assunto.

E lá estava eu, sem qualquer opção além de montar em uma máquina de duas rodas que podiam me matar. Com Noah, ainda por cima.

- se eu morrer, a culpa é sua.

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Espero que estejam gostando.

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💋ᗩ ᗷᗩᖇᖇᗩᑕᗩ ᗞO ᗷᕮIᒍO 💋 ( 𝑵𝒐𝒂𝒉 𝑭𝒍𝒚𝒏𝒏 🤍 𝑺/𝒏 )Onde histórias criam vida. Descubra agora