Capítulo 12

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  ___"Meu Deus o que eu fiz?"
Marina acordou com a cabeça dolorida como se estivesse pesada, ainda sonolenta percebeu que não estava no seu quarto, que aquela cama não era a sua e usava uma camiseta que nunca tinha visto.
Ficou assustada com a situação e sentou abraçando os joelhos, tentando fazer uma retrospectiva da última noite, lembrou até o exato momento que Bob a levou até o carro e mais nada. "Maldita bebida", como pude beber aquilo?pensou.
  ___Bom dia, como se sente?
Quando viu Bob entrar no quarto, ficou tão sem jeito que mal conseguia responder.
  ____Te trouxe um analgésico, acho que sentirá melhor...
Mas antes que ele a colocasse em cima da mesinha ao lado da cama, ela o parou com a pergunta que estava martelando em sua mente.
  ___ Bob.
  ___ Sim?
  ___Aconteceu alguma coisa essa noite?
  ___Aconteceu.
Ao ouvir o que mais temia, Marina ficou em choque e começou a resmungar.
  ___Não, não, nãooooo.
  ___Aconteceu que você bebeu e babou no meu travesseiro todo enquanto dormia.
Ao ouvir aquelas palavras sentiu se aliviada, mas precisava entender porque estava sem sua roupa.
  ___Estou falando sério, porque não estou usando as minhas roupas?
  ___Eu apenas te ajudei com as roupas, você não estava em  condições de fazer isso sozinha.
Ela notou que ele já tinha desfeito o semblante tranquilo, tinha ficado tenso.
Com as mãos na cintura, ele tentou manter o controle da situação e continuou.
  ___Não sou do tipo que se aproveita de mulheres em estado vulnerável, se é isso que você imaginou.
Ela o fitou e com sinceridade disse lhe olhando nos olhos.
  ___ Sinto muito por ter te causado tantos transtornos, eu não deveria ter bebido.
Então ele suavizou seu semblante a olhando com ternura.
  ___Toma o remédio, se sentirá melhor e
nada que um café da manhã de meu pai não resolva.
  ___ Seu pai?
Marina perguntou em um susurro.
  ___ Seu Robert está em casa? Meu Deus ele vai saber que dormi com você?
Então cobriu o rosto com as mãos sem acreditar naquela situação, como olharia pra aquele Senhor que a cada dia gostava com se fosse seu próprio pai.
  ___ Não se preocupe com ele, porque já expliquei, agora toma um banho, tudo que precisar tem no armário, depois desça que estaremos te esperando.
Assim que Bob deixou o quarto Marina se jogou na cama novamente afundando o rosto no travesseiro, por causa de não saber lidar com suas emoções, virou o copo como se fosse água agora teria que lidar com aquela situação, era uma pessoa divertida e muitas vezes debochada com os amigos mas também era muito tímida e não sabia muito lidar com esse sentimento.
Não adiantava ficar pensando sobre, depois de tomar um banho, colocou novamente seu vestido vermelho que agora nem parecia mais tão elegante, decidiu por não calçar mais as sandálias e saiu  deixando o quarto de Bob.

  ___Ora, ora a cachaça quando não mata ela humilha.
Bob que estava escorado na pia com os braços cruzados ouviu o pai dizendo com um tom divertido, então olhou em direção a escada e lá estava descendo uma Marina descalça, com as sandálias debaixo do braço e com o cabelo preso em um coque, mesmo achando graça de vê la daquele jeito admitia que ainda estava perfeita.
  ___Bom dia minha filha.
  ___Bom dia.
  ___ Vem tomar seu café, não precisa ficar constrangida por dormir com meu filho.
Bob presenciou como ela ficou vermelha e sem jeito, foi admirável e mais ainda quando sentiu o cheiro do seu próprio sabonete que ela havia usado.
  ___Eu não dormi com seu filho, quer dizer dormi mas...
  ___Você não precisa se explicar somos adultos aqui e você está de ressaca e disso eu entendo bem, aqui seu café.
  ___Filha, se não costuma beber, porque fez ontem na festa?
Bob que não poderia deixar esse momento por nada, provocou um pouquinho.
  ____Também, gostaria de saber Marina?
Com sorriso divertido ele viu que se ela pudesse tacava aquele xícara de café nele.
Mas antes que ela conseguisse formar as palavras seu pai a interveio.
  ___Deixa isso pra lá, quer panquecas?
  ___ Panquecas?
Robert percebe o brilho nos olhos de Marina ao olhar pro prato de panquecas.
  ___Meu sonho de infância sempre foi ter um pai que fizesse panquecas pra mim igual eu via nos filmes.
Derrepente ela se calou mas tanto Bob e seu pai notaram seus olhos tristes ao mencionar aquele fato.
  ___ Você não conheceu seu pai?
Ela abaixou a cabeça, parecia que estava procurando forças e controlar as emoções pra que as lágrimas não viessem.
  ___ Eu conheci, mas fui abandonada no orfanato ainda muito pequena e nunca mais os vi.
Bob não tinha ideia que a mulher ali ao seu lado tinha uma história marcante, isso  a fez ter certeza do quão forte ela era, porque sempre estava sorrindo e construindo sua vida de cabeça erguida exceto naquele momento, a vontade que tinha era de puxar pro seus braços mas não sabia se era o certo.
  ___Bom, se eu tivesse tido uma filha, queria que ela fosse exatamente como você.
Ela assentiu com um leve sorriso, e o pai de Bob continuou a falar algo que a pegou de surpresa.
  ___Então, qual sonhos de infância você gostaria de realizar? já sabemos que um era panquecas pela manhã___Robert depositou um beijo em sua cabeça enquanto ela continuava sentanda____Quem sabe eu como seu pai a partir de agora posso realiza lo.
  ____Ah, acredito que o Senhor não ia gostar de me levar a um parque de diversões.
Bob viu como era forte o vínculo que ela e seu pai tinham.
  ___Talvez sim, filha.

Durante o caminho até a casa de Marina, Bob já havia tranquilizado que seu pai iria buscar o carro dela que tinha ficado no local da festa.
Ele tinha ficado impressionado com a conversa entre ela e seu pai naquela manhã e nao entendia a necessidade de cuidar e estar perto dessa mulher doidinha, estava levando ela pra casa e já estava aflito com a ideia de ficar longe.
  ___Pronto, está entregue.
  ___ Obrigada por tudo Bob.
Ele a observou ainda tímida e envergonhada ali se desculpando resolveu brincar um pouco com a situação.
  ___Até que foi divertido, descobri que você é cantora.
  ___ Aí meu Deus, eu paguei mico não é?    ___ainda bem que você é cabeleireira e não cantora.
  ___ Para, nem sou tão ruim assim.
Falou mas também já rindo.
  ___Quem sabe, com o tempo eu acabe gostando também dessa sua vocação.
Falou olhando pra ela que ficou sem jeito com a intensidade.
E mesmo sem jeito Marina sorri e Bob fica encantado, como alguém pode ser tão linda.
  ___ Você acha que sou louca né?
  ___Não, eu acho que você linda.
Ele não conseguia tirar o olhar da boca dela e sem esperar mais, Bob se aproxima lentamente e a beija, um beijo carregado de sentimento, de pertencimento.
Um beijo cheio de carícias e línguas enroscadas, nada como tinha sido na noite anterior, dessa vez era calmo sem pressa, pra que pudesse aproveitar cada segundo, segurando em sua cintura a vontade que tinha era de poder levar de volta pra sua casa e principalmente para sua cama.

Meu Lado Arrogante__Serie Recomeços__Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora