Capítulo 02

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"Tem pessoas que não perderam nada, porque simplesmente não tem nada pra perder".
Bob não sabia se realmente foi o peso das palavras ou a reação de Marina que deixou o pensativo, a forma como ela reagiu a suas provocações, não era só isso existia algo a mais ali, ele sabia que ela estava prestes a chorar.
Tinha plena consciência que nunca foi um homem que esbanjava simpatia mas reconhecia que foi grosseiro, ora problemas todo mundo tinha e ele não tinha tempo pra se preocupar com todos que ali aparecia.
Mas desde que Marina deixara sua sala estava incomodado, talvez foi rude demais, mas na hora ficou cego de raiva em saber que estava ali atrás de dinheiro de uma certa forma, por causa desse maldito dinheiro sua mãe a abandonou deixando ele é seu pai a beira da ruína, de lá pra cá não houve uma vez se quer que não tenha trabalhado duro pra construir seu patrimônio, não era grande mais o suficiente pra ele e seu pai viverem bem.
___Droga __esmurrou a mesa pensando naqueles olhos triste que não saia da sua mente.
__Bob, com licença preciso que você termine de analisar essa lista de compras pra que eu possa passar pro fornecedor__sua secretária pediu.
__Você viu a hora que a dona do salão foi embora Julie?
__Sim, ela saiu chorando.
Assim que estava só novamente, Bob colocou as mãos no rosto pensando no que aconteceu naquela manhã, não tinha mais como voltar atrás estava feito o jeito era esquecer tudo isso.
No outro dia levantou um pouco mais cedo, inquieto saiu pra tomar um café e aproveitaria pra encontrar um velho amigo que se tudo desse certo seria seu sócio na empresa.
__Bom dia Bob, o mesmo de sempre?
Flora perguntou assim que ele se aproximou do balcão.
__Sim, um café e um pedaço de torta de maçã.
__Você sumiu, não tem me ligado mais,sinto sua falta.
__Já conversamos sobre isso o que tínhamos já acabou.
Ele sempre deixou claro seus sentimentos e que não tinha intenção de compromisso mais sério com a dona do estacionamento.
__É que...
Segurando a mão dele ela ia continuar mas foi interrompida quando Marina entrou na cafeteria.
__Bom dia Flora, você pode preparar um café pra mim, pra viagem por favor?
__Sim claro, mas não vai tomar aqui mesmo?
__Hoje não.
Bob notou que em nenhum momento Marina a olhou, nem um acenar de cabeça como fazia antes não aconteceu.
__Mais alguma coisa?
__Somente o café e desculpa atrapalhar vocês.
E se ela também pensava que ele e Flora tinham algo?
isso incomodou Bob bastante, talvez ela nunca mais olharia em seu rosto novamente, mas ele não queria que ela pensasse que ele era esse tipo de homem. Mas afinal ele era, não queria se apegar em ninguém, então porque isso derrepente pareceu incomoda lo.
__Marina deve estar muito cansada, está com uma carinha abatida.
Flora comentou voltando novamente sua atenção pra Bob que a olhava deixando o estabelecimento de Flora.
___Bob podíamos sair qualquer dia desse pra conversamos...
Antes que Flora terminasse de falar Bob se esquivou e disse.
___Como te falei já acabou. Vou aguardar uma pessoa ali na mesa, tenha um bom dia Flora.

Marina foi direto pra sua casa precisava de um tempo só, não sabia porque deixou se abater tanto assim, já era pra estar acostumada com pessoas como Bob, mas não pode deixar de lembrar os anos em que viveu naquele orfanato, esperando a oportunidade de alguem aparecer e lhe oferecer uma família, um lar e a oportunidade de sentir amada por alguém.
A vida não foi fácil seus pais a abandonaram na porta do orfanato aos sete anos de idade, o tempo já havia apagado de sua memória lembrança do rosto deles, mas não pode esquecer que esperava a cada dia que eles retornassem para busca la lembrava que havia muitas brigas constantes mas mesmo assim queria sua família de volta.
O único consolo era seu amigo Fábio, que se tornaria seu primeiro amor, juntos dividiram a solidão os medos e também os sonhos, e ali prometeram um ao outro que seria sempre eles dois contra o mundo.
Mas antes que Marina completasse maior idade e deixasse o orfanato, um acidente de trabalho tirou a vida daquele que era seu porto seguro. E foi nesse momento que Nany não se tornou apenas uma amiga e sim uma mãe, ajudou, cuidou e deu uma oportunidade de começar sua vida nos Estados Unidos.
__Amiga o que aconteceu, não me ligou e nem retornou minhas mensagens?
Nany já entrou, vendo como sua amiga se encontrava abatida, sabia que quando se isolava assim é porque não estava bem.
__Eu não estou bem amiga.
disse chorando.
__Mas o que aconteceu você não estava assim de manhã?
Marina então contou que Bob se recusou na ajuda e ela lembrou da época em que vivia no orfanato e como era difícil, as pessoas ajudarem.
__Vem deita aqui no meu colo. Você sabe que esse tempo ficou lá atrás né, você hoje é uma vencedora e eu tenho muito orgulho de onde você chegou.
Marina não conseguia parar de chorar.
__Vem, vamos pedir pizza, beber uma coca cola gelada e comer muito chocolate que amanhã você vai estar bem melhor. E juntas ficaram ali conversando, assistindo comédia romântica até que Marina conseguiu se acalmar e pode dormir tranquila.
Como de costume antes de abrir o salão ela ia até a cafeteria para fazer seu desjejum, naquela manhã mais do que nunca necessitava de um café forte, ainda tinha a sensação de que seus olhos estavam inchados de tanto que chorou.
Quando adentrou ao lugar, viu que Flora conversava com alguém no balcão e pra sua má sorte era ele, mais não ia baixar a cabeça pegaria seu café e fingiria que nunca viu em sua vida.
Assim que pagou seu café foi em direção a porta pensando como Flora consegue ter alguma coisa com aquele homem, estava tentando evitar as lembranças das palavras que ele havia dito com tanta arrogância, tudo bem que ele ficasse no trono de majestade dele, ela não ia mais chorar por causa de uma pessoa como ele.
Antes que conseguisse abrir a porta, seu celular tocou e como sempre, desastrada quis fazer tudo ao mesmo tempo.
Abrir porta, segurar o café e atender o celular, claro tarefa difícil pra quem tem habilidade o que não é o caso dela só deu tempo de sentir o baque de encontro com outra pessoa, aí tudo o que tinha na bolsa foi espalhado na calçada.
__Obrigada pela ajuda.
disse abaixando enquanto o homem ajudava a pegar suas coisas. E por falar em coisas quase morreu de vergonha quando viu a caixinha de OB nas mãos dele.
__Bom é melhor você me dá essa caixinha antes que caí a minha cara de vez.
Se não bastasse, aquele homem bonito deu um sorriso de canto o que a deixou mais encabulada ainda.
___Atrasada também?
ele perguntou.
___Sim, mas sou desastrada de natureza, a propósito me chamo Marina e trabalho aqui neste salão de frente mesmo.
Ela tentou puxar assunto para apagar o momento desastroso da caixa de absorvente interno nas mãos do homem, sempre foi vergonhosa pra certas coisas isso nunca mudava.
__Certo, me chamo Sam, e eu ao contrário estou atrasado mesmo, por isso peço desculpas devia ter tido mais cuidado. Espero que meu sócio que me chamou pra uma reunião não esteja de mal humor pelo meu atraso.
___Seu sócio?
___Sim, Bob Peterson.

Meu Lado Arrogante__Serie Recomeços__Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora