Capítulo 15

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Bob seguiu o restante da semana, pensativo sobre as palavras de seu pai, ele estava certo, mas não se afastaria dela enquanto aquela ansiedade e vontade de te-la em seus braços o consumia.
Não ia lhe prometer nada, estava decidido quanto a isso, mas se sentia no direito de aproveitar o momento único que estava tendo com aquela mulher, o toque, o cheiro o calor tudo isso fazia desejar estar com ela, e como era difícil controlar o máximo pra não ir até o salão dela e matar a saudade.
___Droga.
Era final de sexta feira e escutou o amigo Sam resmungando irritado.
___Ei, que bicho te mordeu?___Bob perguntou percebendo o quão irritado Sam estava___Ainda não fez as pazes com a Sarah? pra estar com esse mal humor aí?
Seu amigo estava cada vez mais apaixonado por Sarah com quem Bob estudou na sua adolescência e frequentaram a mesma igreja antes de sua família ser desfeita.
___E você, viu algum passarinho verde? Porque tá a semana inteira de sorrisinho e piadinha, tem alguma mulher na parada né?
Falou ainda irritado, que fez com que Bob se divertisse da situação.
___Relaxa cara, você e Sarah vai se acertar, se é isso que está te incomodando tanto.
Nisso o amigo saiu deixando um Bob pensativo sobre relacionamentos, com a certeza que quando chega a tal ponto, tem que dar um fim, senão acabaria apaixonado igual seu amigo, pensou rindo da situação.
No domingo pela manhã, após tomar seu café e depois de algumas horas viu seu pai preparando o carro fazendo uma vistoria básica e murmurando algo baixo.
___Vai sair meu velho?
Perguntou ao se aproximar do pai que estava com o capô do carro levantado.
___Vou levar Marina no parque, só espero que este carro não me deixe na mão antes de chegar em Milton.
Bob sabia que Milton tinha esses parques de diversões, a cidade ficava próxima, alguns minutos de carro e ele pensou que poderia leva-los até lá.
___Vamos no meu carro, eu levo vocês.
___Tudo bem, só que ela ainda não sabe, falei que ia levar para almoçar, sobre o parque é uma surpresa.

Marina havia passado esses últimos três dias sem nenhuma notícia de Bob, nenhuma ligação e nem mesmo nenhuma mensagem, tentava a todo custo não pensar, mas seu coração traidor não dava trégua e um aperto insistente a angustiava mas não podia fazer nada a respeito, não tinha certeza e não seria ela a dar esse passo, não, ela não faria isso porque se tinha uma coisa que não suportava era ser rejeitada, a sua cota de rejeição já tinha completado a muito tempo atrás.
Ontem havia recebido um telefone de Robert, a convidando pra almoçar, achou estranho por ser na cidade vizinha, mas ele tinha lhe falado que precisava da ajuda dela pra algumas compras que iria fazer, então pela manhã levantou cedo, tomou seu café e organizou algumas coisas depois deu uma escovada em seus cabelos.
___Perfeito, simples, mais arrumadinho.
Falou olhando no espelho, não ia se arrumar demais, só queria estar descente, estava um pouco cansada, trabalhou bastante nos dias anteriores e não teve boas noites de sono, tentou mas não conseguiu.
O clima estava bom, então colocou uma calça jeans, blusa de manga longa vermelha e tênis, estava perfeito pra aquele dia.
Marina ouviu uma buzina e imaginou que seria Robert, ele estava todo empolgado ao telefone sobre um restaurante que queria que ela conhecesse e ela adorou a ideia e de quebra tentaria descobrir algo sobre Bob, isso ela não resistiria em saber.
___ Já estou indo.
gritou Marina abrindo a porta e se deparando com o homem que tem tirado seu ar e seu sono
___Bob? Achei que fosse seu pai, combinamos de almoçar juntos.
___É meu pai, quer dizer é ele mas sou eu também, algum problema se eu acompanha-los?
Ela estava surpresa, jamais esperou que ele fosse bater em sua porta, se compôs e com naturalidade fingida respondeu.
___De forma alguma.
Respondeu ao mesmo tempo pensando na confusão de sentimentos que Bob tem causado no seu pobre coração, tiveram uma noite inesquecível juntos, tão marcante que ela não conseguiu esquecer, porém logo após Bob desapareceu e hoje surge como se nada tivesse acontecido entre eles.
___Bom diaaaa Senhor Robert?
Disse toda feliz ao se encontrar com seu amigo.
Assim que deixou sua casa encontrou o pai de Bob encostado no carro.
___Bom dia minha filha! Você está pronta pra nossa aventura?
___O que o senhor está aprontando? Disse Marina que não recebeu resposta concreta.
___Nada, apenas irá gostar do restaurante que me indicaram.
Mesmo desconfiada assentiu, então Robert entrou no banco traseiro indicando o carona ao lado de Bob pra que ela entrasse, como se ela conseguisse fingir naturalidade ao lado daquele homem.
Foram a um bom restaurante, com belos pratos, todos muito bem elaborados, com sabores variados, e todos deliciosos que Marina nem sequer quis provar a sobremesa, mas o que ela não esperava que seria um restaurante brasileiro e pode matar a saudade de vários pratos típicos.
___Há uns tempos atrás, eu, Bob e a mãe dele gostávamos de conhecer restaurantes novos.
Robert disse a Marina enquanto falavam das diversidades de restaurante que forneciam comidas de outras nacionalidades.
___Sério? Que legal.
___Isso foi a muito tempo, é melhor mudarmos de assunto.
Marina não entendeu o porque de Bob se irritar tanto com o assunto.
___Ele não gosta de falar nada que se refere a mãe dele___O pai falou percebendo a cara já fechada do filho___Não vale a pena guardar tanta mágoa.
___Eu só não gosto de tocar no assunto.
Bob respondeu seco.
___Mas uma hora terá que perdoar pra poder seguir em frente___Continuou o pai___Depois que fiz isso percebi que saiu um peso dos meus ombros.
___Realmente não quero falar sobre isso.
Marina seguiu com o olhar o momento em que Bob se levantou indo em direção ao banheiro, entendia aquele sentimento mas ao contrário dela Bob tinha um pai maravilhoso ao seu lado.
___Desculpa filha, não sei como esse assunto começou mas uma hora ele terá que perdoar a mãe pra tirar essa mágoa de dentro dele.
Ela balançou a cabeça em negativo como que se dissesse que não tinha problemas.

Saíram do restaurante conversando e rindo das histórias que Robert contava da cidade, Marina havia ficado preocupada com Bob e seu pai depois da breve discussão sobre sua mãe no restaurante, felizmente o assunto ficou pra trás e agora estavam a caminho que ela nem sabia onde era a próxima aventura.
O sentimento que sentiu ao descer do carro e se deparar com um imenso parque de diversões não tinha palavras que pudesse descrever, um misto de sentimentos a invadiu e ela chorou muito e foi acolhida por Robert como um pai amparando sua filha.
E ao se deparar com a roda gigante ficou tão emocionada que nem percebeu que estava segurando firme a mão de Bob desde o momento que entrou no parque, pensou em soltar mas quando foi retirar a mão ele a segurou com mais firmeza levando em todos os brinquedos.
Com direito a algodão doce e pipoca, tiveram um tarde maravilhosa com o qual sempre ela sonhou.

Meu Lado Arrogante__Serie Recomeços__Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora