Hello, Satan.

4.

— TRAGÉDIA SHAKESPEARIANA MODERNA —

Diário,

Hoje foi mais um daqueles dias estranhos. Recebi outra carta anônima. É a terceira esta semana. A primeira vez, admito que fiquei um pouco curioso. Quem poderia estar me enviando essas mensagens tão elogiosas, mas ao mesmo tempo tão perturbadoras?

Pensei até que pudesse ser uma daquelas piadas sem graça dos meus amigos, mas a coisa toda está ficando tão bizarra que até eu, mestre das teorias da conspiração, estou sem ideias.

As cartas continuam chegando, comecei a me perguntar se não havia algo mais sinistro por trás delas. O conteúdo é sempre o mesmo: elogios exagerados, declarações de amor tão fervorosas que parecem saídas de um romance cafona do século XIX. Devo rir ou ficar preocupado? Talvez um pouco dos dois.

Confesso que me sinto desconfortável com toda essa situação. Não sei se devo levar a sério ou simplesmente ignorar. Às vezes, me pego olhando ao redor, imaginando quem poderia estar me observando, quem poderia ser o autor dessas palavras tão apaixonadas.

E o pior é que não consigo compartilhar isso com ninguém. Não sei como explicar para meus amigos, para Tess, para qualquer pessoa, que estou sendo alvo de uma espécie de obsessão doentia. Sinto-me preso em um labirinto de emoções confusas, sem saber qual caminho seguir.

Talvez amanhã eu encontre coragem para confrontar essa situação de uma vez por todas. Ou talvez continue fingindo que está tudo bem, enquanto essas cartas continuam a me assombrar.

P.S.: Aparentemente, agora tenho um novo apelido dado por esse indivíduo misterioso: Tommy.

Tommy. Sério, quem apelida alguém dessa forma? É algo bastante pessoal; ah, claro, como se essa pessoa realmente se importasse com isso haha

Espero que o próximo passo não seja me enviar uma serenata à luz da lua.

P.S.S.: Sim, agora até eu estou usando esse apelido absurdo.