( 3 ) Como tudo deve ser

1K 182 503
                                    

⚠️ Atenção: Contém insinuação sexual

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

⚠️ Atenção: Contém insinuação sexual. Não recomendado para menos de 16 anos.

Capítulo 3
COMO TUDO DEVE SER


O suspiro mais belo de todos
foi entregue contragosto.
Em forma de negação e,
ao mesmo tempo, rendição.

não quero suspirar por aquilo
que me tira o controle.


A vida estava acelerando rápido demais.

Jeon tinha tanta pressa que nem mesmo conseguia dormir de tanta ansiedade em pensar o que iria acontecer no próximo dia. Sofria pelo futuro no presente. Sempre fora tão controlado, mas agora parecia que havia pegado uma mania feia de ficar com o pulso acelerado por razões cotidianas. Deve ser isso que chamam de sociedade líquida.

Uma sociedade líquida é como uma gelatina: difícil segurar ou entender completamente, porque está sempre mudando e se movendo com uma velocidade inestimável pra adaptação. As coisas não são tão fixas, sejam relacionamentos, empregos e até mesmo identidades podem se transformar em semanas. E, mesmo quando seu mundinho desacelerava, sua mente continua a à todo vapor.

Tão rapidamente que ele mal sabia discernir o dia da semana ou o mês. Todos os dias pareciam iguais. E isso dava a sensação de que tudo passava devagar, mas ainda assim não lembrava de nada. De repente era Ano Novo, nada havia mudado e esse sentimento imarcescível* permanecia.

O que aconteceu nesse ano mesmo? Ele se perguntara a mesma coisa pelos últimos 5 anos.

Desde cedo seus pais demonstravam uma certa indiferença em relação a ele. Eles cuidavam de Jeon como se não se importassem muito, era como se fosse apenas mais uma tarefa cumprida. Escola paga, comida na mesa, contas em dia, filho educado. Era isso, nada mais. Jeon se arrumava pra ir à escola sozinho, organizava sua lancheira, fazia suas tarefas independente.

Ele não diria que era tratado mal, longe disso. Mas era uma relação tão superficial e vazia que parecia que ele só tinha a parte burocrática de ter uma família. Aniversários eram como dias normais e natal era apenas uma refeição mais farta. Tinha o que muitas famílias não tinham: estabilidade financeira a medida do possível, escola de ensino bom é conforto. Mas faltava a base: afeição.

Sem amor, cresceu em uma casa fria.

Mais jovem, no colégio, sempre teve fama de ser sério demais. Mas quem poderia o culpar? Ele agia exatamente como suas referências parentais de casa. Agora já não tinha mais o costume de estudar frequentemente, mas sempre se interessou por matemática e arte. Apesar das duas matérias serem bem diferentes, tinha algo na previsibilidade da matemática e na liberdade da arte que o faziam ele querer saber mais sobre.

IRREVERSÍVEL ❦ jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora