( 5 ) Todas as minhas versões

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❦ Capítulo 5TODAS AS MINHAS VERSÕES

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Capítulo 5
TODAS AS MINHAS VERSÕES

Em todos os universos,
em todas as definições,
em todas as nuances do mundo,
em qualquer espaço-tempo,

eu não pertenço a você.



Seu rosto poderia estar fixo como pedra, mas o ardor em seus olhos e o nariz vermelho o denunciavam para aqueles que prestavam atenção detalhadamente.

Sorte a dele que ninguém estava realmente o observando.

Cada um com seus problemas e se preocupando com sua própria vida. Volta e meia o mundo fazia questão de o lembrar o quanto Park era apenas só mais um dos inúmeros humanos que passou por esse específico momento na Terra. E que provavelmente seria esquecido como qualquer outra pessoa iria: ser enterrado, deletado da mente de conhecidos e desbotado de fotos antigas.

E talvez essa seja a grande questão da existência: viver pra morrer, independentemente do meio.

Em sua adolescência, Jimin gostava muito de ler sobre filosofia, esse era quase um segredo seu. Se sentia em outro mundo ao ler formas de pensar sobre a vida e como cada pensador tinha ideias diferentes sobre um mesmo pensamento. Ficava imaginando se algum dia chegaria a ser tão rico de sabedoria assim. Provavelmente não, mas ainda assim nunca parou de ler.

Um dos filósofos que ele mais gostava, Nietzsche, poderia descrever exatamente a forma como ele estava de sentindo ali, no terraço do Estúdio em que ele trabalhava, quase chorando.

"Observou-se mal a vida se não se tiver visto também a mão que, de uma maneira especialmente cuidadosa - mata."

Chegou perto da ponta do terraço e sentiu o vento batendo em seu rosto. O vento gelado e a frase em sua mente fizeram as lágrimas se afastarem e apenas a vergonha permanecer ali.

Até porque, paralelamente à frase do pensador, Jimin tinha observado mal a vida. Não tinha visto aquela mão invisível que, assim como o dava oportunidades, fazia também questão de matá-las.

Porque, depois de muito tempo, estava lidando com uma parte sua que lhe dava medo. Aquele pedacinhos de uma personalidade que ele crucificou tanto, que acabou se tornando aquela versão de si novamente.

Sua versão insegura.

Sua confiança havia sido baseada por tantos anos em apertos de mão calorosos que a vida lhe dava que nem mesmo viu quando deveria ter desconfiado. Até porque, nem sempre o resultado era proporcional ao esforço.

Independentemente do quanto tenha gostado do seu trabalho, o quanto havia recebido de elogios e olhares de admiração. Até mesmo o quanto de orgulho sentia de si mesmo. Não importava. Bastava um acerto certeiro no seu ponto fraco que ele voltava a ser aquele que um dia odiou.

IRREVERSÍVEL ❦ jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora