Capítulo 24

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Nathaly Mancini

Sonhei com minha mãe, nunca havia nem sequer imaginado como ela poderia ser, mas eu sei que a vi e ela me abraçou. Estou em uma nova página da minha vida e não posso mais viver presa ao passado, decidi perdoar o meu pai e segui em frente com minha nova vida.

- Vincenzo, preciso te pedir algo - Digo meia incerta de sua reação.

- Claro amor, pode pedir o que quiser - ele diz e bebe um pouco de seu suco, já acabamos de almoçar.

- Vou levar os pratos e pegar a sobremesa menina - Joana diz.

- Vou com você Joh - Antônio fala se levantando.

Assim que eles passam pela porta eu o olho.

- Quero ir na casa do meu pai, decidi enfrentar meu medo e perdoá-lo mesmo que ele não se arrependa, preciso disso pra seguir em frente.

- Tem certeza? Ele não merece seu perdão - ele diz bravo.

- Eu preciso.

- As vezes me esqueço o quanto seu coração é bom meu amor, eu vou com você e ficarei ao seu lado o tempo todo.

Me levanto, me sento em seu colo e o abraço. Nos arrumamos e seguimos pra casa do meu pai. Chegando lá, toco a campainha e somos recebidos por uma mulher de cara fechada vestida como governanta.

- Pois não? - ela diz

- Boa Tarde! Quero falar com o senhor Mancini, diga que é o Santinelle - Vicenzo diz já que se eu dissesse meu nome provavelmente ele nem iria me atender.

- só um minuto, irei ver se ele pode te receber.

Aguardamos e uns minutos e ela abre a porta nos dando passagem. Nos sentamos na sala e aguardamos, e logo Débora aparece.

- Senhor Santinelle se arrependeu de quebrar o contr... - ela para de falar assim que me vê - Você? Que surpresa te ver aqui novamente.

- Olá Débora - a comprimento.

- Bom, meu marido está terminando o banho, irei servir um suco enquanto esperam.

Ela diz e sai sem nos dar a oportunidade de sequer negar.

- Nossa, pensei que ela faria um escândalo quando me visse - Digo surpresa estranhando o modo como ela agiu.

- Ela não seria maluca amor - ele diz e deposita um beijo em minha testa.

Alguns minutos depois a governanta vem e serve o suco, Débora se senta em nossa frente e pago uma taça. Pego a taça que a governanta me oferece e Vincenzo pega a dele e então tomamos o suco em silêncio até Débora o quebrar.

- Então, vocês estão juntos? Ou você só está se divertindo Santinelle?

- não lhe devo santisfacao de nada, mais como sou educado vou lhe responder: Nathaly é minha futura esposa, em breve nos casaremos.

- Não consigo entender como prefere essa sem sal a minha filha que é muito melhor.

- Não vou nem me preocupar em te responder.

Assim que ele termina de falar vejo meu pai descendo com a cara fechada.

- O que faz aqui? E pra que trouxe essa ladrã?

- Oi papai.

- Não me chame assim!

- PORQUÊ NÃO? POR ACASO NÃO É MEU PAI? ESTOU CANSADA! Não suporto mais seu desprezo e sua irá contra mim, porquê não pode me amar? Você sempre dizia que eu matei a mamãe, mas o Vincenzo me disse que ela morreu no me dando a luz, o senhor acha que eu queria nascer sem ela? Sabe quantas noites tive pesadelos e queria apenas um abraço dela ou seu? O senhor não podia me abandonar, sei que a amava, acha que ela está orgulhosa de como trata um fruto do amor de vocês? Eu sou sua filha, seu sangue e precisa entender que eu sinto a mesma dor que o senhor, conseguiu a conhecer, o senhor a viu sorrir, a viu cozinhando ou viu ela até chorar, mas eu não. Não conheci minha mãe e hoje daria tudo só pra abraçá-la nem que fosse uma única vez papai - digo me aproximando dele já em lágrimas e quando termino de dizer tudo que estava em meu coração guardado por todos esses anos vejo pela primeira vez meu pai começar a chorar em minha frente e ele vai no chão ajoelhafo com os olhos cheios de tristeza e dor.

- Me perdoe minha filha, eu não suportei te olhar. Você parece tanto com ela que sentia uma faca em meu peito toda vez que te olhava e me lembrava dela, você foi resultado de um amor lindo, ela foi e sempre será meu grande amor e eu não soube cuidar de você. Não consegui superar e te afastar foi o que achei ser certo, eu não consegui me perdoe! - ele diz já em prantos e eu me ajoelho a sua frente o dando um abraço pela primeira vez, nunca havia abraçado o meu pai antes.

Meu pai deixa um beijo em minha testa e olha nos meus olhos com ternura e algo que nunca imaginei sentir dele, amor.

- Me perdoe filha? Eu ainda tenho tempo?

Não consigo responder, sinto meu coração acelerado e começo a suar frio, sinto sangue escorrer pelo meu nariz e minha visão escurece, então tudo fica escuro.


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