Imagine se duas pessoas com almas quebradas se encontrassem e descobrissem que seus pedaços se encaixam perfeitamente os tornando inteiros quando estão juntos, o que aconteceria?
Vamos descobrir juntos o resultado!
Hoje faz exatamente 2 meses que estou morando na fazenda Santinelle, nossa rotina continua a mesma e hoje vai acontecer a festa da colheita no vilarejo, é uma tradição onde todos fazendeiros se unem e fazem uma grande festa pra comemorar as colheita do ano e todos os empregados são convidados a participar. Estou muito animada pois nunca fui a nenhuma, meu pai sempre me deixava em casa com Joana.
Senhor Santinelle vem me tirando o fôlego a todo momento em que estamos a sós, ele me provoca sempre saindo de toalha do seu quarto pra me dar algum aviso antes de dormir, ou me dando susto pegando em minha cintura quando estou cozinhando. E eu não sei mais o que fazer pra conter meus sentimentos, o coração dispara e sinto borboletas no estômago toda vez que eu olho pra ele.
No dia em que ele teve um pesadelo e acordou gritando no meio da noite, eu agi por impulso e quebrei a regra de entrar em seu quarto e pela primeira vez o vi chorar. Eu o abracei e o acordei gentilmente e ele chorou em meus braços até pegar no sono novamente e no outro dia agiu como se nada tivesse acontecido, então não toquei no assunto também.
– Nathaly está pronta? Vamos ou iremos nos atrasar.
Ouço Vincenzo me chamar e abro a porta.
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– Porra garotinha!
– está feio? Eu posso trocar rapidinho.
– Você está mais que perfeita. Pelo jeito terei trabalho essa noite.
Sorrio sem conseguir me conter e seus olhos brilham em minha direção. Entramos em seu carro e ele me disse que Joana já havia saído com Antônio, esses dois estão igual uma e carne sempre juntos e rindo.
Chagamos no vilarejo e está tudo muito lindo e animado. Muitos dançando, outros comendo e outros sentados só olhando. Eu estou conversando com Joana enquanto comemos um maravilhoso cachorro quente, Vincenzo e Antônio foram comprar bebidas e cumprimentar alguns conhecidos. Meu pai, Débora e Paola estão sentados em uma das mesas um pouco afastados, sempre que olho eles estão me encarando com ódio no olhar.
– Vou ao banheiro Joana, já volto.
Ele diz tudo bem e eu vou ao banheiro, espero uns 10 minutos na fila e quando me alívio, retorno pra mesa mas no caminho me sobe uma raiva muito grande ao ver Paola falando algo no ouvido do Vincenzo e ele sorri de lado pra ela. Sigo pra mesa e me sento emburrada, e é quando sinto um toque tímido e gentil em meu ombro.
– Oi moça, me chamo Elias. Queria saber se aceita dançar comigo.
– Oi, sou a Nathaly – respondo e quando vou negar seu pedido olho em direção ao Vincenzo e ainda vejo ele de papo com Paola e então mudo de ideia – Vamos dançar.
Seguro em sua mão e vamos em direção ao centro, eu não sei dançar mais o acompanho e apesar de ser tímido, ele dança muito bem e é muito educado e gentil, mas não desperta nada em mim, então percebo algo que venho tentando evitar: Estou apaixonada pelo Vincenzo. Não tenho mais como negar isso pra mim mesma. Converso animadamente com Elias, senti uma ligação muito forte com ele, mas sim de irmãos, ele tem muitos planos e sonhos pra realizar e é uma pessoa respeitosa.
– vamos Nathaly! – Vincenzo chega e fala olhando pra mim e ignorando Elias.
– Por que? está tão bom aqui com...
– Elias, tire a mão da cintura dela agora ou ficará sem emprego.
– Sim senhor – Ele diz com cara de medo e se afasta – Tchau Nathaly, nos vemos por aí.
– Abusado – Santinelle diz de cara fechada encarando as costas de Elias.
– Não quero ir embora – Pela primeira vez sou tomada pela raiva e faço birra.
– Ou vai comigo por bem ou te jogarei nas minhas costas e te darei uns bons tapas por me desobedecer.
– Chato! – Digo e saio andando na frente até o carro, ele fala com Antônio pra avisar Joana que já vamos e me segue.
Já na estrada, estou de braços cruzados e com a cara fechada o encarando sem parar.
– Você está me irritando garotinha, deixe só chegarmos em casa e você verá o chato.
– O que irá fazer? – Pergunto arregalando os olhos e um arrepio passa pelo meu corpo.
– Irei te castigar por ser uma menina má.
Passamos o resto do caminho em silêncio. Assim que ele estaciona eu saio correndo e subo as escadas e quando me viro o vejo me seguindo, assim que entro em meu quarto tranco a porra e suspiro aliviada já tirando a roupa pra tomar um banho. Quando estou só de lingerie, ouço a porta abrir e tomo um susto o vendo parado me encarando com a cara fechada e então arregalo os olhos.
