Se o inferno for pior que o pânico, então comece a orar

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— Esquece o plano, não vou matar ninguém.

Jungkook o olhou perplexo, sem acreditar no que estava ouvindo.

Digamos que as coisas haviam mudado um pouco, porém também muito de repente.

Após a conversa do moreno com Hoseok na semana passada, em que combinavam o assassinato de Park Jimin, foi decidido que o Jung observaria um pouco mais a vida do médico com o Min para que pudesse formular melhor o crime, sem que pudesse haver rastros.

No entanto, as coisas haviam saído um pouco do controle, levando em consideração que todas as coisas que Jung havia observado fizeram-lhe ter ainda mais certeza de que não poderia cometer aquele crime, visto que o garoto não merecia ter sua vida tirada por um motivo que nem mesmo o envolvia.

Até mesmo Yoongi não merecia passar por aquela perda gratuitamente, já que estava sofrendo demais pela mãe. E Jung já achava isso antes daquela semana. Agora, ele obteve ainda mais certeza de sua opinião.

— Ficou maluco? Temos um contrato! Você disse que iria fazer — Jungkook protestou, indignado.

— Foda-se a porra do contrato, eu não dou a mínima — Revirou os olhos, bufando alto — Não consigo e nem quero ser igual a você, uma pessoa que não se importa com nada e nem ninguém. Sei que não sou um exemplo de pessoa, que já cometi inúmeros crimes, incluindo alguns assassinatos, mas aquele garoto não merece morrer. Ele ajuda pessoas, é um médico excelente. Não vou fazer isso com ele. Diferente de você, ainda me resta um pouco de compaixão.

O moreno gargalhou, negando com a cabeça.

— Pare de agir como um jovem inocente, Hoseok. Você mata pessoas desde os seus dezoito anos! Já fechamos outros contratos antes, se esqueceu?

— Não, não me esqueci. Só que antes de executar qualquer crime, eu pesquiso muito bem a vida de cada nome que me é dado. Todos os que eu matei tinha um motivo por trás. Estupradores, assassinos, psicopatas. Mas um médico que ajuda pessoas o tempo todo? Nem fodendo.

— E quanto às três regras que nós aprendemos? Está sentindo pena de um mísero interno de hospital, Jung? Que vergonha! — exclamou, em deboche.

— Não me importo com regra nenhuma, Jungkook. O único idiota que acredita nessas merdas de regras é você — Rebateu, impaciente — Se quer que Park Jimin morra, faça você mesmo. Eu não vou me meter nisso. Só espero que faça como eu e pesquise a vida do garoto a fundo, talvez assim você veja que ele merece muito mais que uma vingancinha de um ensino médio que ele nem mesmo esteve presente.

Jungkook socou a parede brutalmente, apertando os punhos com força e se controlando para não meter outro daquele no rosto do parceiro.

— Você também não esteve lá, não sabe nem um terço do que eu passei em todos esses anos. Se não é profissional o suficiente para assassinar aquele idiota, eu mesmo faço isso, não tem problema. É bom que eu não gasto meu dinheiro com a porra de um covarde feito você.

Hoseok riu, achando toda aquela situação inacreditável.

— Fique à vontade, a escolha é sua. Só espero que não se arrependa — falou, suspirando — Depois que a vida de alguém é tirada, não há como voltar atrás. As consequências não são fáceis de se lidar, por isso mesmo que se é considerado um crime — aconselhou, sentindo uma pontada leve em seu coração. Realmente não queria que o garoto morresse, sabia que não seria justo.

— Eu já conheço todo o processo, não preciso de nenhum conselho seu — dispensou, umedecendo os lábios — Torça para que ninguém me contrate para te matar. Eu faria sem nem mesmo hesitar.

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