Capítulo 8

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Capítulo 8

Fernanda

Já é fim de tarde e estou em minha rede na varanda do meu quarto lendo um livro e olhando o belo pôr do sol à minha frente. Nunca me acostumei com essa paisagem. Estou perdida em pensamentos quando ouço uma gritaria vindo da cozinha, e resolvo ver o que é. Quando chego lá vejo Cecília toda suja de um treco viscoso e rosa, com uma cara inchada chorando de raiva e Maitê em frente a geladeira rindo da cara dela.

- Gente, que gritaria é essa ? - Pergunto chegando perto da minha amiga.

- Essa garota jogou o iogurte em mim, por nada Fer !

- Por nada não, já tem uma semana que você come minhas coisas ! No começo achei que fosse a gorducha aí, mas por incrível que pareça ela mal come coisas industrializadas, e bem hoje te peguei no flagra. - Entro na frente de Cecília e digo;

- Primeiro veja lá como fala comigo porque nunca te dei liberdade. Segundo, tem que ser muito mesquinha pra fazer esse barraco por causa de uma porcaria de iogurte. A gente combinou de compartilhar as compras, mas tô vendo que não dá né, porque a gata não consegue controlar a raiva se alguém come sem querer as coisas dela.

- Sem querer nada garota, essa ai já ta a semanas se esgueirando pela madrugada e comendo minhas coisas ! Se ela quer que ela coloque a quantidade na lista, como todo mundo.

- Tá bom Maitê, você já deu seu show, agora vaza daqui antes que eu vá na administração e falo que você agrediu uma das funcionárias e se bem me lembro, agressão é igual a expulsão. - Ela me encara com os olhos arregalados, como se tivesse se dado conta do que fez, por que acredito que atirar comida nas pessoas seja uma forma de agressão né ? bom, de qualquer forma ela bate o pé e vai embora.

- Amiga, você sabe que eu não me irrito com nada, mas eu tava a ponto de partir pra cima dela. Ela surtou do nada ! - Diz Cecília se limpando com um pano úmido.

- Eu sei amiga, pra mim ela te amava, o que será que rolou ? - Pergunto com o dedo indicador no queixo.

- Mateus falou que ela tinha dado em cima dele direto. Que o chamou para dormir com ela e tudo, mas ele falou que já estava afim de alguém. E quando ela nos viu na sorveteria do condomínio ela juntou dois mais dois e desde então vem me tratando com grosseria.

- Caramba, que filha da mãe, além de insuportável é recalcada. Bonita desse jeito deve arrumar só cara gato e quer o dos outros. - Falo abrindo um pacotinho de castanhas e me sentando na mesa da cozinha.

- Pois é, mas ela não vai conseguir me desestabilizar. É a primeira vez em anos que gosto de alguém.

- É isso que eu gosto de ouvir ! Não deixa a vadia tirar seu homem. - Falo batendo na mesa, e ela começa a rir. Quando ela abre a boca para me responder a campainha toca. Eu digo que vou atender.

Quando chego na porta dou de cara com Felipe suado,com as bochechas rosadas e cabelos pretos colados na testa, e o peito definido está marcando sua regata preta. Continuo minha análise o olhando de cima abaixo e noto que está usando um short bem larguinho por cima de uma legging dessas esportivas. Gostoso demais. Acho que deixei muito na cara porque ele pigarreia e sorri.

- Gostou do que viu ? - Ele fala num tom convencido e brincalhão.

- Que ? O que ? Não fiz nada. O que tá fazendo aqui ? - Desconverso muito mal.

- Cê não viu que saíram os resultados ? - Ele me fala com uma expressão bem óbvia.

- Putz não, tava meio ocupada evitando um assassinato. - Digo entrando no apartamento em direção ao meu quarto pra pegar o notebook.

Encontro nos Céus : A Aeromoça e o SheikOnde histórias criam vida. Descubra agora