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Quase duas semanas se passaram desde que Jennie surgiu com a ideia louca de que eu deveria sair com outras garotas. Naquele dia, fiquei confuso e frustrado, porque apesar de nunca termos decidido nada sobre relacionamento, sentia que a garota estava cada vez mais próxima de mim. Tínhamos transado duas vezes e eu não via a hora de acontecer de novo. Jennie se mostrava relaxada e à vontade comigo, fazia questão de estar sempre por perto, e eu vinha me abrindo cada vez mais.
Mesmo depois da conversa que tivemos a respeito do trauma dela com os pais, do fato de que isso era algo que atrapalhava a confiança dela nos homens, ainda assim, tudo ficou bem entre nós. Eu tinha entendido que não podia esperar muito da garota, que se a quisesse, teria que aproveitar as migalhas que me desse. Mas então, ela apareceu do nada com uma teoria louca e uma proposta que, se eu recusasse, a faria recuar.
Meu maior problema era que simplesmente eu não me interessava por ninguém. Passei todos esses anos com um crush enorme por Jennie, como ia ter olhos para outra garota, justamente agora que tinha provado seu beijo, seu cheiro, seu toque? Estava viciado e em abstinência, mas a única droga que resolveria o meu problema, não estava disponível.
Eu pensei que se esperasse um tempo, em algum momento Jennie voltaria e desistiria do plano. Mas não era fácil ludibriar a garota. Ela me enviou uma mensagem de texto há três dias, avisando que estava de olho em mim e muito confusa por eu ainda não ter conseguido chamar ninguém para sair.
Foi então que eu decidi pedir ajuda para a última pessoa no mundo com a qual eu gostaria de ter que contar: meu irmão. Ele conhecia todas as garotas do campus e não teria dificuldade em me ajudar com um plano para enganar Jennie.
Era uma sexta à tarde e eu sabia que ou Jungkook chegaria de madrugada em casa, ou aparecesse só para trocar de roupa e sair de novo. Achei melhor ficar jogando videogame na sala, esperando que ele chegasse, pois assim não o perderia de vista caso a sua passagem fosse muito ligeira.
Estava morrendo de nervosismo, minhas mãos suavam no joystick e meu estômago tinha ficado embrulhado ao pensar na possibilidade de ele não só ficar contra meu plano, como também ir contar para Jennie.
Jungkook chegou no início da noite, por volta de oito horas, jogando a chave da moto sobre o aparador da entrada e me olhando por menos de dois segundos antes de ir para a cozinha.
— Preciso falar com você — avisei, levantando-me depressa e indo atrás dele, tentando não soar muito desesperado.
