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Fiquei encarando o celular por um tempo, achando que nossa conversa tinha sido toda estranha. Não esperava receber uma ligação de Jennie ainda naquela noite, mas fiquei feliz quando vi seu nome na tela. No entanto, conforme nos falávamos e ela demonstrava um pouco de indiferença com o que tinha acontecido na hamburgueria, meu peito parecia abafar mais e mais.
Era tudo fingimento ou ela realmente não se importava?
Esfreguei meus olhos pesados, soltando o telefone na cama e voltando a olhar a televisão.
Jennie ligou bem no momento em que estava assistindo um filme de comédia, na tentativa de me distrair e parar de pensar no encontro bizarro, mas agora que a ligação tinha terminado, eu não me sentia mais disposto a continuar.
Desliguei o aparelho e me deitei de uma vez, procurando pelo cheiro da garota na cama, que sumira há algum tempo. Rolando de um lado para o outro na cama, tentei afastar todos os pensamentos a respeito da minha vida amorosa e me concentrar no que tinha pela frente. As provas finais estavam se aproximando e eu precisava manter o foco nos estudos. Mas, no fundo, sabia que isso seria difícil enquanto Jennie ocupasse tanto espaço na minha cabeça.
Talvez eu devesse falar com ela, explicar como me sentia. Talvez ela entendesse e pudéssemos encontrar um caminho melhor juntos. Ou talvez, eu só estivesse me iludindo, esperando por algo que nunca aconteceria.
Com esses pensamentos pesados, fechei os olhos e tentei dormir, mesmo sabendo que a noite seria longa e cheia de inquietações.
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— Com quem você tanto conversa? — perguntei para uma Lisa sentada no banco do carona, com a cara enfiada no celular há dez minutos.
— Com um menino que conheci naquela festa de Halloween. — Ela lançou um de seus sorrisos fofos e fechados. — Você não deve se lembrar porque estava muito ocupado beijando Jennie, mas ele se chama Sehun e é tailandes. Por isso trocamos nossos números de telefone.
Aquilo era interessante, por isso não escondi minha surpresa e virei a cabeça toda para observar Lisa, aproveitando que esperávamos nosso lanche no drive-thru. Nas últimas duas semanas eu me tornei um amigo muito relapso, sempre preocupado com meus próprios problemas. Fazia algum tempo que não me sentava para conversar coisas importantes com ela, como por exemplo, o fato de que tinha conhecido um garoto e estava pendurado no telefone com ele.
