Eu tento e não consigo compreender seu significado.

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POV: LALISA MANOBAN.

Na terça-feira seguinte, no trabalho, recebo uma série de telefonemas de Hyunji, então de Momo e, finalmente, de Beth. Eu deixei todos irem para o correio de voz, e me pergunto se todas as mulheres da minha vida, de repente, ficaram loucas. Vou me encontrar com minha equipe sênior hoje, ter uma sessão de estratégia sobre a tentativa de virar o terceiro trimestre antes do relatório de ganhos sair no próximo mês.

Quando o meu telefone pisca novamente, eu olho para a tela. O texto de Kylie me faz soltar a pilha de relatórios que estou revendo.

Lalisa, atenda o maldito telefone ! Onde você está?!

No escritório, o que foi?

Eu digito, irritado.

Você precisa vir buscar Chaeyoung. Sua irmã faleceu.

Olhando para as palavras na tela, eu tento e não consigo compreender seu significado. Tínhamos acabado de passar o fim de semana com a família de Chae. Alice estava bem. Ela estava magra e queixou-se de estar cansada, mas estava bem. Não. Isso tinha que ser algum tipo de erro. Saí da diretoria, desculpando-me pela minha saída, e mandei um texto para Hyunji, confirmando que estava indo. Eu chamo a Momo no meu celular, enquanto corro pelas escadas. Não há tempo para esperar o elevador, não quando minha menina precisa de mim.

- Lisa, onde você esteve? Eu tenho tentado...

- Eu sei. Hyunji acabou de me dizer.

- Oh Deus, Lisa, é horrível.

Eu conduzo como um foguete até Hyunji. Quando chego a casa dela, não me incomodo em bater, faço o meu caminho para dentro, meus olhos procurando Chae.

Em vez disso, eu acho Hyunji na sala da frente, com uma expressão perturbada.

- Graças a Deus você está aqui.

- Onde ela está? - Eu rosno.

Hyunji aponta para a parte de trás da casa. Corro pelo corredor, e encontro Chae sentada na mesa da cozinha, olhando para as próprias mãos, uma caneca de chá, agora frio, colocada a seu lado, juntamente com uma dúzia de lenços de papel utilizados.

A sala está em silêncio e sem vida. Eu odeio isso.

- Doçura... - Eu murmuro contra o zumbido da geladeira.

A cabeça de Chae se levanta, e sua expressão é uma que eu nunca tinha a visto usar e espero nunca mais ver de novo, enquanto vivermos.

Sua pele está pálida, a boca desenhada em uma linha firme, mas seus olhos são o pior. Eles estão em branco e sem resposta - duas piscinas assombradas de azul que, apesar de seu silêncio, gritam de dor e de um trauma tão profundo que meu estômago revira enquanto temo que ela nunca mais vá ficar inteira de novo. Alice não era apenas sua irmã, não era apenas a sua melhor amiga. Ela era a gêmea de Chae. É uma perda que eu não posso nem começar a compreender.

- Venha aqui, baby. - Eu a puxo em meus braços, e ela se levanta com facilidade, deixando-me puxá-la para o meu peito.

Ela esconde o rosto na minha garganta e soluça.

Aperto mais forte, odiando que ela esteja com dor e eu não posso fazer porra nenhuma sobre isso.

- Eu sinto muito. - As palavras parecem tão vazias e tão inadequadas, quero engoli-las de volta no segundo que saem da minha boca. Eu quero perguntar o que aconteceu, mas eu sei que agora não é o momento certo. Então, ao invés, eu a deixo chorar, segurando-a com força contra mim, e abafando os sons de seu choro com meu paletó.

Comprando uma virgem. G!P  2° temp.Onde histórias criam vida. Descubra agora