1. Em, Ilinia.

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Ele havia entrado no luxuoso salão como se fosse um selvagem, a testa franzida, o olhar sombrio, o perfil marcado e lindo, vestido como se estivesse pronto para a guerra, ainda não era uma, mas ele estava tentando evitar. Então não, ele não havia caído ali de paraquedas, claro que não, apesar da sua linhagem não tão nobre ele havia entrado como se fosse o senhor da casa, caminhava com muita confiança, o que o assemelhava a um Uareksit, seu grande corpo se movia de maneira imponente e relaxada, como se ele estivesse desfilando para toda a nobreza iliniana que ousaram o olhar com desdém.

Ele era o assunto de todos, principalmente quando o brasão estampado na lapela do seu sobretudo mostravam quem ele realmente era.

Um palaniano.

Alguém poderia pensar que ele era de alto calibre, rico e poderoso, um nobre, em todos os sentidos da palavra, e sim, ele era algo próximo disso, muito bonito, apesar das leves meias luas escuras abaixo dos olhos, pele brilhante, olhos que lembravam os de águias alpinas que acabará de avistar a sua presa. Mas havia regras, que não foram respeitadas hoje. Estava no código de leis sociais de Ilinia, se um iliniano queria um palaniano, tinha que ser da classe alta, não da subclasse de onde tinha vindo esse imponente exemplar de homem.

Porém, isso não era o importante, pois ele estava aqui para protegê-lo, não para ser admirado como um corpo delecioso, apenas parecia mais admirável do que o belo conde ao seu lado, que ele percebeu não ter mais a sua atenção. Ele era um príncipe, e se notassem isso lhe causaria problemas.

-Tue, cuide disso.

O príncipe demandou com falso desenterrese. Seu escudeiro mais fiel, um dos muitos, fez o que lhe foi dito, apesar de sua aparente ignorância e desfavorável corpulência, foi fácil para ele afastar o grande homem de seu príncipe, deixando-o no meio do salão.

Que inoportuno, pensou fascinado, ter pedido um guarda-costas da Agência de Proteção Imperial, onde existiam poucos palanianos, o destino de fato era uma bem-vinda aventura. Mas o príncipe tinha que concordar os guarda-costas de Pallan eram os melhores, o pedido foi há três dias, o melhor dos homens claro, ele teve que esperar três dias para consegui-lo mesmo sendo o príncipe de Ilinia, ele deveria ter pedido uma foto para ficar preparado para o que lhe foi apresentado, o que deixou todo mundo sem palavras. Principalmente o próprio príncipe.

A tensão tomou conta do ar o silêncio gritava, enquanto todos observavam aquele homem no meio do salão, com uma aura selvagem, vestido de preto, todo misterioso, era uma grande visão para os nobres e gentis ilinianos. Ele estava vestido de forma completamente inadequada para o código de vestimenta dos bailes em Ilinia.

- Meu senhor, como foi-me ordenado, eu trouxe o Sr. Max Saran de Pallan.

- Você pode ir.

Suas íris vidradas pela beleza moveram-se com interesse para o olhar frio do guarda-costas, que retribuiu seu olhar com apenas um toque de interesse. Um arrepio percorreu todo o  corpo do príncipe, com olhar penetrante .

- Meu senhor.

O guarda-costas atrevido disse, pode-se dizer com relutância, não acostumado a se referir a alguém a não ser o seu pai com tamanha mesura. Era apenas uma sombra de como ele deveria se portar de agora em diante. Porém o príncipe achou divertido, aparentemente, o palaniano não querer estar aqui. Que pena.

-Que educado, por favor seje bem vindo Max Saran.

Ele falou com sua voz gentil e suave, agitando os cílios longos encantadoramente enquanto lhe oferecia as costas da mão para que Max beijasse.

Nat Uareksit sabia do seu poder.

E como sempre ele não foi exceção aos encantos do jovem príncipe. O jovem guarda-costas, por não poder ter mais de 30 anos, aproximou-se dele, sob o olhar atento de todo o seu clã, que os via de baixo, já que estavam no topo como todo arrogante iliniano era. Sim, ele estava testando o palaniano, para ver se ele era capaz de mostrar respeito ao senhor da casa. Para o príncipe.

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