Código Vermelho

2 O Baile Do Solstício

Max se sentiu tão deslocado como sempre, ele não se sentia confortável quando havia tantos nobres na casa de seu mestre, claro, era um maldito castelo, mas caramba, todos vieram ver e adorar o príncipe de Ilinia de uma única vez. O baile do solstício do Conde Nunew não era um evento singelo que ele dava para poucos abastados de vez em quando. Tinha muitas pessoas, por todos os cantos e o barulho de música clássica e conversa fiada era irritante. Aquilo tudo só piorou os instintos de algum perigo iminente de Max, aquela multidão estava suprimindo seus anos de treinamento e trabalho bem feito.

Ele estava em sua posição habitual, atrás de seu senhor, que estava sentado na ponta da enorme e bem refinada mesa de madeira, era circular para que ele pudesse ver melhor todos, e claro, nem todos estavam sentados, alguns estavam bebendo vinho ..., outros dançando, ou beliscando petiscos, era o de todos os bailes só que maior, e ele estava lá, cuidando do seu príncipe. Que estava lindo esta noite, e todos puderam ver isso, alguns trouxeram presentes para compartilhar com o príncipe, de todas as cores e tamanhos e isso fez Max cerrar os dentes, e ficar com um olhar feroz, incapaz de dizer ou fazer qualquer coisa.

Ele havia recebido vários olhares, já que seu brasão ao lado do de Ilinia indicavam que ele era um palaniano, Max odiava toda aquela atenção recebida as vezes era muito difícil encarar todo o preconceito que o seu povo enfrentava, mas ele permaneceu em alerta. Seus sentidos estava preparados para tudo, seu desejo arranhando dentro dele para tirar o líder do clã mais importante do mundo de lá, ele sempre confiou em seu instinto, mas caramba, eles estavam nessa maldita festa e havia muitos guardas para alguém tentar qualquer coisa, certo?

-Max, comporte-se, posso sentir a sua ansiedade daqui. - Nat disse, sem o tom de aborrecimento, apenas apontando, dando-lhe um olhar por cima do ombro, o olhar intenso, fazendo-lhe uma pergunta silenciosa, "o que há de errado?" ele apenas balançou a cabeça, sem saber como abordar o assunto. Seu chefe estreitou os olhos, com aquele brilho de incerteza, mas no final olhou para os convidados que se apresentavam diante dele; era óbvio que ele estava relaxado. Só porque ele tinha seu guarda-costas com ele.

- Alteza, agora é a vez do Conde Judo, você já o conhece.

O guarda cerrou os dentes com força, sabendo perfeitamente quem era o conde Judo. Ele era um ex-amante de seu príncipe, antes dele, antes de ser seu guarda-costas, era de conhecimento público que o príncipe tinha uma ótima vida sexual, nada romântica, nenhuma era por amor mas havia muitos amantes, e alguns duraram anos fazendo as pessoas pensarem que poderia ser finalmente o parceiro do príncipe e outros apenas belos homens que eram bons para satisfazer o príncipe.

O candidato mais forte não era outro senão o conde Judo. Seu rosto quadrado, barba de alguns dias, olhos escuros, alto e lábios bem desenhados, pele bronzeada como se ele fosse a porra de um deus grego, Max queria socá-lo, mas não muito, e depois jogar seu corpo fora em algum lugar da África para os leões, porque aquele bastardo não valia nada.

Em vez disso, ele ficou para trás, a alguns passos de seu príncipe, cerrando os punhos enquanto observava o pavoroso Conde se aproximar do príncipe com aquele sorriso que parecia querer atingir Max.

-Meu querido príncipe!

O homem ajoelhou-se como se fizesse parte de uma cena daqueles filmes sobre reis, rainhas e reinos. É claro que os outros antes dele também fizeram isso, mas este tornou tudo mais dramático, sabendo que todos os olhos estavam voltados para a interação deles. Não era segredo que o conde era o favorito do príncipe entre todos os outros favoritos do príncipe, mas desde que chegou, seu mestre o descartou como se ele não valesse nada.

Ele tinha ouvido tudo, e até agora, ainda não sabe o que impediu Nat de continuar tendo aquele relacionamento com o conde. Ele não sabia e não se importava, apenas o via como uma ameaça para o que quer que fosse. Ele já teve o príncipe em seus braço. Max sempre achou que eles ainda tinham alguma coisa, ele não era um idiota total, mas não sabia o que era.