Seok sentou na cadeira do quarto de Jung, seu filho estava na sua frente, sentado no chão.
- Pai, ele estava tão mal, você viu?
- Vi sim, meu pequeno, ele te machucou?
- Jung não é igual ao Tae, ele só não queria aproximação.
- Fico aliviado.
- Ele precisa de mim, papai, eu sei que precisa.Jimin se ajoelhou e abraçou a cintura do pai, deixou sua dor sair em forma de lágrimas, não suportava ver Jungkook daquela forma, e ele se sentia culpado por ter entrado naquele assunto.
- Está tudo bem agora, Jimin, ele está bem.
- Não quero mais ver ele assim. - o loiro dizia em meio as lágrimas.
- Eu sei, bebê.Seokjin sabia como seu filho era forte, mas, também sabia como ele tinha o coração mole.
Jimin sempre foi muito intenso, sempre amou demais, cuidou demais, e se preocupou demais.
Não era novidade que ele estivesse sofrendo por ver o sofrimento de outro ser humano.
.....
Na cozinha, pai e filho ainda estavam abraçados, Namjoon não conseguia soltar seu filhote, a culpa estava dominando ele.
- Jungoo, meu filho, eu estou aqui, pode me contar tudo o que quiser, jamais vou te julgar.
Jungkook sabia que precisava desabafar, ele se sentia muito confortável com Jimin, porém, ainda era difícil tocar naquele assunto desde o começo, então decidiu tentar se abrir com seu pai, que já estava a par de toda a história.
Essa era a hora.
- Pai, eu sinto que sou o culpado de toda essa situação, você não merecia isso.
- Você não é o culpado, filhote.Os dois se separaram e andaram juntos até o sofá da sala, depois de sentarem Jung voltou a dizer suas palavras.
- Toda vez que eu penso em ir na empresa, minha cabeça dói, ela esteve lá por tanto tempo, ela machucou tantas pessoas naquele lugar, que eu tenho medo de ser visto como alguém ruim, tenho medo das pessoas acharem que sou como ela.
Namjoon entendia o filho, talvez alguém pudesse ter esses pensamentos, mas, quem podia dizer alguma coisa? Quem seria louco por julgar o filho dele?
- Eu descobri recentemente que aquela mulher saía com seu ex-secretário, ela enganava a todos.
- Isso não é nada comparado a tudo o que ela fez no passado, acredite Jung, isso tudo já passou, quanto mais você procurar, mais você vai achar, não fique remoendo o passado.
- Eu até queria esquecer, mas não consigo.Nam abraça Jungkook e começa a passar a mão em suas costas, como um ato de total apoio.
- O importante é que você está bem, e vivo, que você é meu filho e que ela não vai mais conseguir te atingir.
- E se ela voltar?
- Ela não vai voltar, e se isso acontecer, eu mato ela com minhas próprias mãos.
- Me desculpa, por te deixar preocupado, eu te dei tanto trabalho.Jungkook deixava algumas lágrimas escorrerem de seus olhos, seu pai que sempre lhe protegeu estava ali para ele.
- Não se desculpe, Jungoo, eu que te devo desculpas, se eu soubesse o real motivo de você não querer ir até a empresa, eu não teria te cobrado tanto.
- Na verdade, pai. - Jung fez uma pausa e se afastou um pouco. - Eu que faço a fiscalização das entradas e saídas da documentação.
- Como assim?Já tinha dois anos que Namjoon havia contratado um administrador para seus documentos, função que era para ser de Jungkook. E na verdade sempre foi dele.
- Eu conversei com o Yoon, ele sabia de tudo desde o começo, e sempre ficou em cima de mim, mas, eu sou bom, pai, eu juro que sou bom.
- Vocês são uns pestinhas mesmo.Namjoon ria como nunca, os filhos sempre estavam brigando, e saber da cumplicidade de ambos era algo extremamente satisfatório.
- Obrigado por isso, Jungoo, eu acompanho seu trabalho faz tempo, e nunca houve um erro se quer.
Jungkook simplesmente afirmou com a cabeça e se afastou mais um pouco, deitando no sofá com a cabeça no colo de seu progenitor.
- Ninguém tem motivos para ser tão ruim assim. - Jung disse depois de um tempo, voltando ao assunto que doía em sua alma.
- No mundo, as pessoas não precisam de motivos para fazer alguma coisa, elas precisam de um objetivo, e o objetivo dela era dinheiro e vingança.
- Será que ela nunca pensou em mim? Nenhuma vez? Poxa, eu sou filho dela.Namjoon passou a mão nos cabelos pretos de Jeon, já estava na hora de contar mais um pouco da história para ele, ou até a história inteira.
- Jungoo, ela não é sua mãe, e por isso nunca teve dó de você, por isso, tentou te vender e te matar várias vezes, você não nasceu dela.
O jovem chocado, se levantou com tudo, ficando sentado no sofá, olhando fixamente para seu pai.
- Como assim?
- Na verdade, ela contratou uma mulher para dormir comigo.
- Pai, me explica direito.
- Ela nunca iria engravidar, mas precisava de um bebê para tentar me manter conectado a ela, então na noite em que dormimos juntos. - Namjoon fez aspas com os dedos. - Eu dormi com outra mulher, e ela pagou muito bem para que essa pessoa engravidasse de você.
- Então eu não sou filho dela?
- Não. - Nam respondeu cabisbaixo.
- E quem é minha mãe?