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Kim Theerapanyakul

°。 Uma semana depois . ◌

Os últimos dias foram adoçados, no sentido mais literal da palavra. Mesmo preso em reuniões intermináveis, lidando com pessoas que me encaram como se eu fosse uma mina de ouro, eu estava sorrindo.

Não vejo Porchay desde que o deixei em frente ao seu prédio, sete dias atrás. Ele esteve ocupado durante toda a semana, dedicando-se aos estudos para uma avaliação importante marcada para o próximo mês. Apesar da distância física, estamos mantendo contato diário por mensagens.

Descobri o quão semelhantes são nossos gostos. Abordamos os mais diversos assuntos, incluindo temas delicados como polícia e religião, que muitos evitam discutir até terem certeza dos seus sentimentos. Fiquei surpreso ao perceber que ele compartilha a maioria das minhas opiniões. Embora discordemos vez ou outra, essa diversidade de pensamentos é incrível. Nunca pude explorar esses tópicos com Summer.

Sem perceber, me vi comparando minha recente relação com Porchay com os mais de cinco anos em que namorei Summer. Eu levava a sério aquele ditado de "homem feliz é homem obediente" e fazia todas as vontades dela. No entanto, nunca parei para refletir sobre isso. Nosso relacionamento não era perfeito, havia muitas coisas que eu ignorava apenas para não irritá-la. Era confortável estar ao lado de Summer, mas agora percebo que com Porchay, mesmo em meio a discordâncias, há uma autenticidade que me faz questionar as escolhas que fiz no passado.

Khun percebeu que estou completamente envolvido pelo garoto, e não tive coragem de negar. Apesar do curto período em que interagimos, nunca experimentei algo tão intenso. O fim da minha relação com a mulher que amei durante toda a minha vida deixou cicatrizes profundas, e ainda estou ferido, mas não ao ponto de deixar essa oportunidade escapar.

Porchay é singular, verdadeiramente único. Estou colocando todas as minhas fichas nele, ciente dos riscos, e tenho a convicção de que não me arrependerei dessa aposta. Nossa conexão é especial, e mesmo que o passado tenha deixado suas marcas, estou disposto a enfrentar o futuro ao seu lado, que trouxe um novo significado à minha vida.

°。 . ◌

Meu celular notifica em cima da mesa, e me afasto da enorme janela do escritório para pegá-lo. Um sorriso espontâneo surge em meu rosto, mesmo sem saber exatamente do que se trata. O sorriso se intensifica ao ver o nome de Porchay na tela, acompanhado pela notificação de uma mensagem de voz. Ele não costuma enviar áudios, preferindo expressar-se por escrito para "exercitar os dedos". Os raros áudios que enviou estão todos salvos em um contato especial meu. Ocasionalmente, os escuto quando sinto falta da sua voz.

Boa tarde, Kim. Espero não estar atrapalhando — Sorri. Ele nunca atrapalha nada. — Há uma exposição de Van Gogh no museu da cidade e meus amigos não entendem de arte... * VAI SE FODER! * — Alguém gritou no fundo. Meu rosto dói de tanto sorrir — Está vendo? Dois grandes ignorantes! Gostaria de saber se não quer ir comigo.

𝐀𝐭 𝐍𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐖𝐞 𝐌𝐚𝐝𝐞 𝐚 𝐂𝐡𝐢𝐥𝐝Onde histórias criam vida. Descubra agora