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Porchay Kittisawasd

Estou aqui, no meio da multidão, praticamente me sentindo um peixe fora d'água enquanto observo meus amigos se envolvendo com outras pessoas. Essa é, sem dúvida, a situação mais desconfortável em que já me encontrei. Eu, a "criança" do grupo, só posso ficar de lado e assistir enquanto Macau, meu primo e melhor amigo, insiste que eu preciso desencalhar.

- Chay, sério, você precisa se soltar um pouco! - Ele exclama, fazendo gestos expansivos com as mãos para enfatizar seu ponto de vista.

Reviro os olhos, sabendo que essa conversa não levará a lugar nenhum.

- Cau, você diz isso toda vez, mas quando alguém finalmente se interessa por mim, você sempre dá um jeito de afastar a pessoa! - reclamo, cruzando os braços.

Mine, meu outro amigo idiota, intervém com um sorriso travesso.

- Ah, Chay, seu primo só quer o melhor para você. - Ele pisca para Macau, que assente com um sorriso maroto.

- Claro, o melhor para ele seria me ver solteiro e morrendo virgem!

- Solteiro, talvez; virgem, definitivamente não! - Macau retruca, com um sorriso travesso.

- Vai se foder! - Resmungo, socando seu ombro.

A risada deles enche o espaço enquanto tento parecer indignado. Macau coloca um braço ao redor dos meus ombros, como se fosse o meu mentor amoroso.

- Olha, Chay, a vida é curta demais para ficar preso em casa assistindo séries. Vamos aproveitar a noite, quem sabe você não encontra alguém especial?

- Eu só queria terminar meus dois últimos episódios... - murmuro, mas a música alta abafa minhas palavras.

Os dois me puxam em direção à pista de dança, e eu me vejo sendo arrastado para a confusão pulsante da boate. O odor de desodorante e perfume misturados me causa ânsia. Sempre fui sensível a cheiros muito fortes. Macau e Mine desaparecem na multidão, deixando-me à deriva.

Embarro em algumas pessoas tentando sair daquele meio. Sinto que irei vomitar a qualquer momento, e isso seria extremamente vergonhoso. Respirando fundo, tento me concentrar em encontrar uma saída, uma área menos movimentada onde eu possa recuperar o controle.

Finalmente, consigo alcançar um espaço mais arejado nos arredores da pista de dança. A música ainda ecoa, mas a intensidade é menor. Ainda me sinto um pouco tonto, mas pelo menos a sensação de náusea diminui. Eu me apoio em uma parede, fechando os olhos por um momento para acalmar os sentidos.

Decido ficar ali por um tempo, observando as pessoas se divertirem, até que a tontura diminua completamente.

Depois de alguns minutos, me sinto mais estável. Decido explorar um pouco mais a boate, talvez encontrar um lugar mais tranquilo onde possa aproveitar a noite sem ser dominado pelos odores e pela agitação da pista de dança.

𝐀𝐭 𝐍𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐖𝐞 𝐌𝐚𝐝𝐞 𝐚 𝐂𝐡𝐢𝐥𝐝Onde histórias criam vida. Descubra agora