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Kim Theerapanyakul

Porchay está estranho

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Porchay está estranho. Eu o deixei com os amigos ontem à tarde e voltei para casa, a fim de pegar minhas coisas para a viagem e também para avisar meu irmão de que não comemoraríamos meu aniversário juntos este ano. Ele entendeu, depois de fazer drama dizendo o quão ingrato eu era e que me educar foi uma perda de tempo, nada que eu já não tenha ouvido antes.

Lembro-me da primeira vez que Khun me disse essas coisas. Eu tinha cinco anos na época e me recusei a me fantasiar de um dos seus personagens favoritos. Irritado pela minha recusa, meu irmão não poupou os meus ouvidos. Foi a primeira vez que ele levantou a voz para mim, e eu, um garotinho particularmente mimado, não soube fazer outra coisa senão chorar. Corri para o meu quarto, mais especificamente, para debaixo da cama, e fiquei lá por horas a fio. Quando meu irmão me encontrou, eu me agarrei a ele e disse que ele poderia me fantasiar do que quisesse, contanto que ele não gritasse comigo.

Tankhun era apenas um adolescente no auge da puberdade lidando com uma criança. Era difícil para ele também, mas eu era pequeno demais para entender isso. Khun só voltou a levantar a voz para mim quando aprendi a diferenciar o que era brincadeira do que era sério.

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Depois do almoço, Porchay disse que estava cansado e me arrastou para a cama. Eu não estava com sono, não até senti o colchão macio contra as minhas costas. Não demorei a cochilar. Quando acordei, ele não estava ao meu lado; preocupado, eu levantei rápido para procurá-lo, mas quando cheguei à porta, havia um bilhete escrito "só desça quando eu mandar". A vontade de ignorar o aviso e descer para ver o que ele estava aprontando foi tentadora, mas o garoto tem estado com os nervos à flor da pele, e eu não quero que o meu aniversário termine com nós dois brigando e um possível hematoma no meu rosto. Lutando contra a curiosidade, fui para o banheiro e tomei um banho longo. Limpo e com roupas novas, sentei na cama e esperei pacientemente por Porchay.

Estou quase cochilando quando o bip de uma mensagem chama minha atenção.

- Desça, mas mantenha os olhos fechados.

- Como quer que eu desça de olhos fechados??? E se eu cair da escada? - Digito rápido e envio. A resposta chega instantes depois.

- Do chão, você dificilmente passa.

Reviro os olhos, mas acabo rindo.

Ao descer as escadas com os olhos fechados, confio nos passos familiares da casa. A expectativa cresce enquanto eu me aproximo do andar inferior, e a curiosidade só aumenta. A atmosfera está carregada de antecipação, e eu me pergunto qual surpresa ele preparou para o meu aniversário.

Ao chegar ao térreo, Porchay me instrui a parar. Sinto suas mãos gentis guiando-me até um lugar específico. Quando finalmente paro, ele sussurra:

- Sente-se.

𝐀𝐭 𝐍𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐖𝐞 𝐌𝐚𝐝𝐞 𝐚 𝐂𝐡𝐢𝐥𝐝Onde histórias criam vida. Descubra agora