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Porchay Kittisawasd

A viagem de volta para casa foi estranhamente silenciosa

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A viagem de volta para casa foi estranhamente silenciosa. Eu não planejava contar a Kim sobre a possível escolha que ele terá que fazer caso essa criança sobreviva até o dia do parto e as coisas saiam do controle. Não imaginei que teríamos que ter essa conversa, então a adiei o máximo possível; mas agora, tanto ele quanto eu estamos apegados a essa coisinha no meu interior, e a possibilidade de a perdermos é assustadora.

Ao chegarmos no meu andar do prédio residencial, tudo de que preciso é mais algumas horas de sono. Quando abri a porta, porém, descobri que teria que adiar esse plano.

Khun estava no meio da minha sala com um bolo na mão, Macau e Mine estavam ao seu lado e estouraram confetes quando nos viram. Tia Érica sorria, as mãos ocupadas com balões de várias cores.

— Surpresa! — Eles gritaram. Kim olha imediatamente para mim; eu apenas dou de ombros, como se dissesse que isso não tem nada a ver comigo.

A sala está decorada com streamers coloridos, e um banner enorme dizia "Feliz Aniversário, Kim!" em letras vibrantes. Khun avança para me abraçar, segurando o bolo com cuidado para não fazer uma bagunça.

— Pensei que poderíamos começar o dia com uma celebração especial. — Ele pisca para mim.

Kim, claramente surpreso, olha ao redor da sala, absorvendo o gesto inesperado. O sorriso, inicialmente contido, começa a se formar em seus lábios.

— Vocês todos estão loucos. — Ele ri, mas era evidente que está tocado pela surpresa.

Tia Érica se aproxima, balões dançando ao seu redor.

— Querido, seu aniversário merece ser comemorado.

— Exatamente! — Concordou Khun — É a primeira vez em anos que a minha criança não passa seu aniversário trancado no quarto; é claro que eu iria comemorar. Vamos, vamos, faça um pedido e apague as velas!

Kim revira os olhos, mas não ousa desobedecer o irmão. Ele fecha os olhos, e eu já imagino o que ele irá pedir, então apaga as velas. Khun entrega o bolo a Mine e o abraça.

— Parabéns, meu pequeno bastardo — Ele murmura, beijando a testa do irmão.

— Obrigada, Khun. — Kim sussurra, visivelmente emocionado.

— Oh, não chore — o outro pede, enxugando seu rosto.

Eu gostaria de dizer que minha relação com Porsche é tão linda quanto a deles, mas estaria mentindo. Antes mesmo dos nossos pais morrerem, Porsche e eu já não tínhamos um bom relacionamento; ele era um pré-adolescente e eu uma criança mimada, e não nos dávamos muito bem juntos. Quando nossos pais se foram, meu irmão precisou amadurecer e lidar com muitas coisas. Nunca o vi chorando, nem mesmo no velório; ele sempre se manteve firme por mim, Kinn é o único que tinha e tem acesso à sua verdadeira face. Eu e Kim fomos criados pelos nossos irmãos, mas a diferença entre nós é clara; Tankhun escolheu educá-lo, Porsche não teve poder de escolha. Eu me sentia mais um fardo do que um membro da família. É doloroso pensar nisso.

𝐀𝐭 𝐍𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐖𝐞 𝐌𝐚𝐝𝐞 𝐚 𝐂𝐡𝐢𝐥𝐝Onde histórias criam vida. Descubra agora