𝗘𝗽𝗶𝗹𝗼𝗴𝗼 ²

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                 𝗞𝗶𝗺 𝗧𝗵𝗲𝗲𝗿𝗮𝗽𝗮𝗻𝘆𝗮𝗸𝘂𝗹

|𝟭𝟮 𝗮𝗻𝗼𝘀 𝗱𝗲𝗽𝗼𝗶𝘀, 𝗦𝗽𝗿𝗶𝗻𝗴𝗱𝗮𝗹𝗲 - 𝗖𝗮𝗻𝗮𝗱𝗮.|

- Pai, o que acha? Acha que ele vai gostar?

See enfia o celular no meu rosto, e preciso afastar o dispositivo para ler a mensagem que ele passou os últimos cinco minutos escrevendo cuidadosamente para... Como é que eles chamam hoje em dia? Flirt?

Quando See chamou Porchay e eu para conversarmos em seu quarto num domingo depois que seus irmãos foram para a cama, sabíamos que o assunto era sério. See é falante, e não há um tópico que você não possa abordar com ele. Ele é sociável, compreensivo e está sempre disposto a te ouvir, se claro, você estiver confortável em falar, se não, então deixei que ele fale pelos dois. Nesse quesito, creio que ele tenha puxado inteiramente a Khun. Aliás, ele e meu irmão se dão muito bem, o que por vezes deixou Porsche enciumado.

A conversa foi para nos dizer o que Porchay e eu suspeitávamos a um tempo. See estava interessado em um garoto, mas não tinha certeza dos seus sentimentos - Nessa questão, brinquei dizendo que ele se parecia com Porschay e ganhei um soco do mesmo.

Resumindo, See queria saber o que acharíamos se um dia ele trouxesse esse rapaz para casa. Obviamente, Porschay e eu dissemos que estava tudo bem, apesar de eu notar um certo incômodo no meu marido que não tinha nada haver com nosso filho gostando de um garoto, e sim o fato do ser humano que um dia trocamos as fraldas está gostando de outro ser humano.

Hoje, quase três meses depois, See finalmente compreendeu seus sentimentos e arriscou chamar seu garoto - palavras dele, não minhas - para sair.

- Você acha que é muito cafona? - See questiona, mordendo lábios como sempre faz quando está nervoso.

- Você está elogiando ele, porque isso seria cafona? - Questiono realmente não entendendo. Essa nova geração é verdadeiramente estranha.

Ele suspira, jogando o corpo sobre a cadeira ao meu lado, meu café já esquecido sobre a mesa.

- Talvez eu esteja soando muito falso? - Diz com uma careta que me lembra muito Porschay quando está confuso.

- Mande um áudio então, assim ele pode ouvir sua voz.

- Quem manda áudio hoje em dia? - Ele indaga, me olhando como se eu tivesse acabado de lhe dizer para enviar um nude. Reviro os olhos.

- Agora entendo o porquê Khun vivia dizendo que essa geração está perdida.

See resmunga alguma coisa, enfiando vários biscoitos de uma vez na boca.

- Vou pedir ajuda ao papai - Ele murmura de boca cheia. Se meu irmão estivesse aqui estaria puxando sua orelha pelos maus modos.

- Seu pai é péssimo nisso - eu o lembro. Achei que Mine e Macau estavam brincando quando diziam que Porchay não sabia dar conselhos amorosos, mas agora sei que eles tinham razão. Eu me pergunto como ele conseguiu sair com pessoas antes de mim, mas a resposta para isso está literalmente em seu rosto; sua feição angelical atraiu muitos pecadores, mas felizmente eu fui o único a conseguir fisgar esse anjo para mim.

See bate os pés como a criança que eu ainda vejo quando olho para ele.

- Seja apenas você mesmo - aconselho, passando-lhe um guardanapo.

- E se ele não gostar de mim? - Questiona com um adorável bico nos lábios. Coloco a mão em seu cabelo, bagunçando-o.

- Então apenas deixe-o ir, pois significa que ele não é para você - respondo, fazendo-o suspirar. Acaricio seus fios como fazia quando ele era pequeno - Entenda, meu garoto, você não deve se moldar para ninguém. Para que o sentimento seja sincero é preciso conhecer e gostar. Se você deseja algo superficial, então mostre apenas a superfície; agora, se você deseja algo profundo, então se mostre para ele, realmente se mostre.

𝐀𝐭 𝐍𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐖𝐞 𝐌𝐚𝐝𝐞 𝐚 𝐂𝐡𝐢𝐥𝐝Onde histórias criam vida. Descubra agora