Capítulo 23

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Eloise

Não faço ideia de que hora Phillip dormiu, quando me deitei ele não estava no quarto. Assim que acordei passei as mãos pelo lado dele da cama, mas não o encontrei. Será que ele dormiu tarde e acordou cedo? Vesti um robe e desci as escadas o procurando. Nenhum sinal dele pela casa. Pensei que talvez estivesse na estufa, fui até o lugar e o encontrei vazio. Onde ele se meteu?

Fui até a cozinha e encontrei a senhora Smith e a cozinheira.

— Phillip já tomou café da manhã?

— Não, mas levou para comer na viagem.

— Que viagem?

— Pensei que a senhora soubesse, eu não sei para onde o Sir Phillip foi, mas disse que iria viajar.

Meu coração perdeu o ritmo por alguns minutos. Ele foi embora? Me abandonou? Sei que estou pensando bobagens, afinal a casa é dele. Mas como eu imaginaria que dormiria e não encontraria meu marido ao acordar? Ele não disse onde ia, nem se despediu de mim! Estou perplexa.

— Eu sabia — disfarcei, não quero que os criados saiam comentando que eu e ele temos problemas. — Apenas me surpreendi por ele ter saído tão cedo. Não quis me acordar, o Phillip é tão cuidadoso.

— O Sir Phillip é apenas um homem apaixonado, Lady Crane. Estava tão triste quando partiu. Pediu que cuidássemos da senhora.

Todo mundo percebeu, menos eu! Como eu posso ser esperta para algumas coisas e completamente cega para outras? Achei que ele havia se casado comigo por obrigação, para reparar minha honra, não porque me amava. Voltei para o quarto para me vestir e vi um bilhete embaixo do meu caderno. Assim como eu fiz quando fugi de casa, ele deixou um bilhete. Disse que volta logo.

Ainda assim estou revoltada, no dia anterior disse que não poderia viajar pois não suportaria passar um dia sem mim, no outro se vai sem me avisar, sem dizer que dia volta. Joguei o papel na mesa, chateada. Minha criada entrou no quarto.

— Lady Eloise, seus filhos precisam da senhora.

— Não são meus filhos — disse sem pensar. Preciso me controlar para não descontar minhas frustrações nas crianças, elas não tem culpa dos meus problemas com o pai delas. 

— Sinto muito, a babá dos gêmeos pediu para chamá-la.

Fui até o quarto deles, curiosa. Encontrei Amanda rindo sem parar enquanto Oliver ri disfarçadamente, e a srta. Edwards completamente descompensada.

— O que aconteceu?

— Seus filhos, Lady Crane! Colocaram um rato na minha cama. Esses demônios. — Ela fez uma cara de nojo.

— São pestes, mas cuidado com a forma como se refere a eles. — São dois anjos, no fundo. Os olhei. — Amanda e Oliver, não envergonham-se?

— Não! Ela gritou tanto! — Amanda ainda ri.

— Parecia louca! — Oliver falou.

— Deviam ter vergonha! Acham certo assustar uma moça assim? Não deviam brincar com ratos.

— Eu tenho pavor de ratos! — a srta. Edwards voltou a dar gritinhos.

— Ela tem pavor de ratos, estão vendo? As pessoas não gostam de ratos, não devem assustar ninguém com eles.

— Você tem medo de ratos? — Oliver perguntou.

— Não, o que não significa que eu vou pegar em um. Peçam desculpa a srta. Edwards.

— Não! — Amanda cruzou os braços e eu comecei a me irritar.

— Por que não, Amanda? Não percebe que fez algo errado?

Com amor, EloiseOnde histórias criam vida. Descubra agora