Capítulo 27

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Phillip

Estava visitando as terras de minha propriedade, analisando a qualidade das plantações, quando um criado veio às pressas avisar-me que meu filho vai nascer. Voltei apressado para casa, sentindo meu coração acelerado pela euforia. Subi as escadas correndo e soube que a parteira já estava no quarto, ia entrar para apoiar minha esposa, mas as mulheres não aceitaram.

— Não é lugar para homem, Sir Phillip.

— Mas é meu filho!

— Homens só atrapalham nesse momento — a sra. Smith disse.

— Não me importa o que dizem, quero entrar! — Abri a porta e ignorei o olhar de desagrado da parteira, fui até minha esposa.

— Phillip! — Eloise quase gritou. — Nunca mais me tocará. Nunca mais passarei por isso.

— Dói tanto assim?

— O que acha? — Ela cerrou os dentes e segurou minha mão com muita força.

— Se eu pudesse trocaria de lugar com você e sentiria toda a dor.

— Eu agradeço sua disposição, mas... Ah! 

Ela soltou um grito de dor e acho que agora entendo porque queriam que eu esperasse do lado de fora, é torturante vê-la sofrendo. Foram longos minutos até ouvir um choro. Meu coração encheu-se de felicidade. Vi Eloise fechar os olhos, cansada. Beijei sua testa.

— Fez um bom trabalho, meu amor.

— Eu sei... — ela sussurrou e deu um sorriso suave.

Depois de um tempo, a parteira me entregou o bebê enrolado em uma manta. — Sir, é uma menina.

Dei um sorriso, encantado por ver minha filha, tão linda, tem os cabelos castanho-claros, quase loiros, o nariz arrebitado de Eloise. — Ela é perfeita — disse não contendo minha emoção, as lágrimas escorrem por meus olhos. Minha esposa abriu os olhos e me aproximei suavemente para lhe entregar a bebê.

Eloise

Se antes amava minha mãe, agora admiro muitíssimo mais. Ela passou por isso oito vezes, oito! As mulheres são mesmo um ser frágil e delicado? Parir não me parece uma atividade que um ser frágil pudesse fazer. É preciso muita força. Phillip entregou-me minha filha, a segurei com o máximo de delicadeza que pude e sorri a olhando, me sinto tão orgulhosa. Ela é linda. E saiu de mim. Eu gerei um ser humano dentro do meu corpo que agora está nos meus braços. E tem tudo, olhos, boca, braços, pernas e saiu de mim! Céus, eu me sinto poderosa. Eu trouxe uma vida ao mundo. Estou tão impressionada. Deve ser por isso que os homens são desesperados por poder, eles não capazes de fazer isso.

Acariciei o rosto da minha filha. Nunca tive dúvidas no nome que daria se fosse uma menina.

— Bem-vinda ao mundo, Penelope.

Phillip sentou-se ao meu lado, ficamos os dois a admirando.

— Nossa pequena Penelope.

Apoiei-me em seu ombro e o senti beijar o topo da minha cabeça. Não podia sentir-me mais realizada do que nesse momento. Mas claro, preciso escrever uma carta para ela, assim como escrevi para seus irmãos e ainda escrevo para Phillip, embora nos vejamos todos os dias. Apenas para não perder o costume.

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Penelope está chorando há alguns minutos enquanto olha para a minha Penelope que está em seu colo. Minha mãe e Hyacinth foram as primeiras a me visitar, e um tempo depois, meus irmãos vieram também.

Com amor, EloiseOnde histórias criam vida. Descubra agora