Capítulo 12

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Phillip

Acordei cedo e pretendia ver como Eloise estava, mas percebi que ainda dormia e resolvi ir para a estufa. Tomar café da manhã com ela é muito melhor, mas imagino que esteja cansada. Porém, pude tomar café da manhã com meus filhos e foi mais agradável do que pensava. Fui para a estufa, mas antes dei ordens a Gunning que cuidasse de qualquer coisa que Eloise precisasse. Ela deve ficar pelo menos dois dias em repouso se quiser que o tornozelo se recupere rapidamente.

Estava analisando uma semente quando notei uma movimentação no jardim. Será que as crianças foram para o jardim sozinhas? Eu disse que não deveriam! Saí porta a fora e avistei os cabelos castanhos que só podem pertencer a uma pessoa. O que ela faz andando no jardim?! Será que nem a dor consegue parar essa mulher? E está mancando!

Fui apressado até o jardim, e se ela se desequilibra e cai novamente? Não quero que ela se machuque mais. Aproximei-me dela, que está de costas para mim, aparentemente falando com uma roseira.

— Eloise!

— Aaah! — Ela virou-se assustada. — Phillip? Quer me matar de susto?

— Eu te matar? Achei que você pudesse fazer isso sozinha. O que está fazendo aqui fora?

— Não esperava que eu fosse conseguir escapar do carcereiro?

— Que carcereiro?

— O mordomo que pôs para me vigiar.

— Ele não estava lá para te vigiar e sim para te servir, para que não precisasse se esforçar. Não disse que deveria repousar, por que não está sentada?

— Estava sentada, mas me cansei. Odeio ficar parada quando não tenho nada para fazer.

Meu olhar expressa minha confusão. Como ela pode ser tão teimosa e arriscar a própria saúde para dar voltas pelo jardim?

— Entendo, mas isso não justifica esse seu passeio pelo jardim estando machucada.

— Estou bem, não viu que cheguei até aqui sozinha?

— Eu só a vi mancando de um lado para o outro. Eloise, eu não estou brincando, precisa descansar se quiser se recuperar, ou poderá passar semanas sentindo dores.

— Eu não manquei. Estou ótima, mal sinto dor.

Cruzei os braços e a encarei. — A vi mancando com meus próprios olhos.

— Precisa entender que não gosto que me mandem, se eu ficar de repouso tem que ser por escolha minha, não por ordem sua.

Que mulher teimosa! Suavizei o máximo meu tom de voz, embora seja inevitável a irritação. 

— Eloise, por favor, volte para casa e descanse. Logo irei te fazer companhia.

— E quem disse que quero sua companhia, Sir Phillip?

Fechei meu semblante. Não gosto quando Eloise me chama formalmente e parece que ela percebeu.

— Então me manterei longe de você, desde que prometa que vai descansar até estar bem.

Ela pareceu arrependida do que disse. — Não quero que fique longe de mim, apenas estou entediada e chateada por ter me machucado.

Cocei o queixo pensando em como entretê-la. — O que acha de me acompanhar na estufa? Pode me observar trabalhando enquanto descansa.

Ela sorriu. — Até que enfim! Queria mesmo visitar a estufa, gostaria de saber o que tanto faz.

— Veja bem, não vai andar pela estufa, apenas me observar, sentada.

Com amor, EloiseOnde histórias criam vida. Descubra agora