Phillip
Eu já esperava que a srta. Eloise possuísse uma forte personalidade, mas não pensava que estaria me dando ordens meia hora depois de nos conhecermos. E eu obedeci, porque ela tem razão. Às vezes eu não imponho limites e acabo me sentindo culpado, pensando se teria a mesma atitude se fossem meus filhos biológicos. Eles só tem a mim e não sei se estou desempenhado meu papel da melhor maneira. Fui à beira da escada gritar meus filhos.
— Oliver! Amanda! — Cruzei os braços esperando as duas crianças de cinco anos descerem as escadas até estarem de frente a mim. — O que aconteceu?
— Não aconteceu nada — Oliver respondeu.
— Eu ouvi gritos.
— Foi Amanda.
— Sim, fui eu — ela admitiu. Esperei eles explicarem, mas acho que seria demais querer que crianças tão novas sejam elaboradas. Terei que interrogá-los.
— Por que gritava, Amanda?
— Por causa da rã.
— Uma rã?
— Na minha cama.
— E quem colocou a rã lá?
— Eu! — ela disse sorrindo.
Se ela mesma pegou a rã por que está com medo? Não entendo. — Por que ela estava em sua cama?
— Porque eu coloquei lá. Não é óbvio, papai?
— Não é óbvio, por que colocaria uma rã na própria cama?
— Porque eu quis, ora.
Ouvi a srta. Eloise soltar uma risadinha atrás de mim. Ela deve estar se divertindo muito com minha situação. Respirei fundo, trazendo toda a minha paciência.
— Por que quis colocar uma rã em sua cama?
— Queria que ela tivesse filhotes.
— E os girinos nasceriam na sua cama?
— Sim, eu gosto da minha cama, acho que é o melhor lugar para os filhotes crescerem.
— E eu a ajudei — Oliver falou com muito orgulho de seus atos.
— Não tenho dúvidas, Oliver. Então qual o motivo dos gritos?
— Eu coloquei embaixo do travesseiro e esqueci, quando me deitei fiquei assustada porque o travesseiro começou a pular.
Ouvi a srta. Eloise rindo de novo, ela deve achar que está em uma peça de comédia.
— Gritou tão alto — Oliver ergueu as mãos para mostrar o quão alto. — Achei que ir morrer de grito.
— Pessoas morrem de grito, Oliver? — perguntei, curioso.
— Não sei , nunca vi ninguém morrer.
— Não quero saber de nenhuma rã em casa, entendido? — Olhei para os dois.
— E sapos? — Oliver perguntou.
— Nenhum anfíbio — falei sério.
— O que é anfi... afiblio?
Olhei para baixo e soltei uma risada discreta. — Anfíbios são... quer saber, não quero rãs, nem sapos, nem grilos ou outros insetos.
— Mas eu gosto dos grilos! — Amanda disse brava.
— Então deixamos os grilos, mas não quero rãs, nem sapos aqui dentro.
— Mas e se morrerem de frio lá fora?
— Sapos não sentem frio.
— E as rãs? — Oliver perguntou e suspirei.
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Com amor, Eloise
Storie d'amoreDepois de romper sua amizade com Penelope, Eloise Bridgerton se vê solitária e entediada. Até que uma carta enviada pelo Sir Phillip Crane muda essa situação. Os dois passam a trocar correspondências e se tornam cada vez mais próximos, mesmo sem nun...