Capítulo 20

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Eloise

Colin e Penelope deixaram as crianças aqui antes de partirem para Londres e foi então que eu me dei conta que agora eles são minha responsabilidade também. Os últimos dois dias foram muito divertidos, mas eu e Phillip não somos como a maioria dos casais que podem passar dias sozinhos ou fazer viagens depois do casamento. Estou me adaptando aos poucos a ser a Lady Crane e aos meus deveres. 

— Gostaram de passar tempo com minha família ? — perguntei a Amanda e Oliver.

— O tio Colin é muito engraçado — Oliver disse. Colin sempre teve jeito com crianças.

— Tia Pen me deu doces. — Amanda tirou balas dos bolsos.

— Ainda bem que gostaram, pois a partir de agora terão aulas, precisam aprender a ler e escrever. A babá de vocês chega hoje.

Os dois fizeram uma careta e soltaram um grito de insatisfação. Phillip me disse que eles infernizam a vida de todas as babás e eu não duvido. 

— Eu também tive babás. Todos tem babás, precisam se acostumar. Ela vai ensinar muitas coisas a vocês.

— Por que você não ensina? — Amanda perguntou. Eu não acho que tenha paciência para ensinar, muito menos crianças pequenas, além disso não tenho tempo. 

— Porque estou muito ocupada. Vocês terão quem cuide de vocês e ensine o que é importante saber. 

— Você é igual o papai. — Amanda cruzou os braços e eu ri. Espero que o Phillip seja mesmo ocupado, porque não vou conseguir fazer nada com ele aparecendo no escritório a todo momento.

— Nós passaremos tempos juntos, mas quando eu e seu pai estivermos trabalhando, vocês vão aprender novas coisas com a babá Edwards.

Os dois fizeram uma careta de nojo, fico me questionando o que há nessa mulher.

— Por que não gostam dela?

— Ela é um tipo de monstro! — Oliver disse.

— Bem feio — Amanda continuou.

Cruzei os braços e os encarei. — Não podem chamar as pessoas de monstros só porque são feias! Se não tiverem um motivo real, eu não posso ficar do lado de vocês.

Os dois bufaram e se sentaram no sofá, emburrados. Sentei-me ao lado deles, esperando que essa mulher chegue.

— Depois os levarei para passear, o que acham?

Tem um lago belíssimo a poucos metros daqui, seria um bom lugar para dar voltas, quem sabe nadar. Eu bem sei que uma pessoa pode aprontar quando está entediada, imagina uma criança. 

— Queremos! — os dois falaram.

— Papai não nos leva para passear — Oliver falou.

Eles sentem falta de companhia, preciso mudar essa situação, terei uma conversa com Phillip. Ele não pode achar que estar presente na casa é tudo que um filho precisa. Eu gostava de brincar com meu pai, de dar passeios e acho que seja importante para as crianças. O mordomo anunciou que a babá chegou, vamos conhecer o monstro. Céus, lá vou eu entrando nas histórias dos meninos.

Uma moça entrou na sala e ela não parece nada monstruosa, certamente não é tão mais velha que eu e tem boa aparência, para minha surpresa.

— É um prazer conhecê-la, Lady Crane — ela me cumprimentou com um sorriso casto e fez uma leve reverência.

— O prazer é meu, senhora Edwards.

— Senhorita — ela me corrigiu.

— Claro, senhorita. — E pensar que há alguns dias atrás eu também era uma. Agora sou uma senhora com duas crianças para criar. Como a vida nos surpreende.  Ela abriu os braços para abraçar as crianças, mas eles agarraram minhas pernas, que estranho.

Com amor, EloiseOnde histórias criam vida. Descubra agora