Phillip
Eloise e eu estamos há minutos nos beijando parando apenas para recuperar o fôlego e embora eu esteja confuso, me sinto imensamente feliz. Não resolvi apoiá-la para que ela gostasse mais de mim e sim para que se sentisse realizada com si mesma. Segurei sua cintura e a aproximei de mim, roçando o corpo dela no meu e deslizando minhas mãos por suas curvas. Nosso beijo tornou-se mais intenso, e meu desejo palpável, porém, ela se afastou de repente.
— Tenho muito a fazer, preciso ir. Posso usar seu escritório?
Eu ainda estou assimilando o fato de que estávamos nos beijando empolgadamente e um segundo depois ela está pensando em escritórios. Eu pensava mais em quartos e camas, quem sabe um sofá, mas quem entende a mente de Eloise Bridgerton, ou melhor, Lady Crane?
— Ele é seu também — disse, mas minha mente ainda está nublada com pensamentos indecentes.
— Agradeço. Preciso organizar meus escritos e transformá-los em textos apropriados. São tantos cadernos que tenho.
— E precisa ser agora?
Eu tenho total certeza que não precisa.
— Claro, quanto antes melhor, mais tarde nos vemos. — Ela me deu um beijo no rosto e foi rumo a casa, me deixando atônito. E eu o que faço? Supostamente deveríamos aproveitar nosso momento sem as crianças para usufruir nossa lua de mel, porém a culpa é minha por acender sua mente. O jeito é ir trabalhar.
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Definitivamente, não estou concentrado no meu trabalho. Qualquer coisa que eu faça me lembra o beijo de Eloise e só a lembrança aquece todo meu corpo em um furor que não passa. Acreditando que ela sairia para almoçar, fui a cozinha empolgado e descobri que ela mandou que lhe servissem no escritório. Comi sozinho e voltei a trabalhar, uma hora ela terá de sair daquele lugar.
Meu interesse por ervilhas é mínimo, nem a flor que deveria catalogar me empolgou, comecei a escrever suas características, mas acabei lembrando do toque macio dos lábios da minha esposa, o jeito divertido que ela sorri, o cheiro de seu corpo. Fechei o livro. Vou vê-la.
Quando entrei no escritório a encontrei com a pena na mão, concentrada.
— Eloise — a chamei com animação.
— Olá, Phillip — ela respondeu me dando um olhar de um segundo e voltou ao que fazia.
Aproximei-me de onde ela está. — Como está seu trabalho?
— Há tanta coisa para revisar e organizar, demorará dias ou até meses.
Espero que ela não queira passar meses trancada aqui, ou me arrependerei de ter dado ideias a ela.
Apoiei meu corpo contra a mesa. — Mas não precisa terminar tudo hoje. Tem todo o tempo do mundo para revisar seus escritos, nenhum livro fica pronto da noite para o dia.
Ela enfim me olhou. — Eu sei, mas gosto de ter o que fazer, quando coloco uma ideia na cabeça não há quem tire.
Ela bem que poderia me colocar em sua cabeça, assim lembraria sempre de mim.
— Está tarde.
Ela olhou pela janela. — Nem percebi o tempo passar! Só mais um pouco.
Penso que se ela me beijou por livre e espontânea vontade ela está receptiva a mim. Aproximei-me da cadeira onde Eloise está sentada e quando ia dar um beijo na curva de seu pescoço, ela jogou um caderno pesado nos meus braços.
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Com amor, Eloise
DragosteDepois de romper sua amizade com Penelope, Eloise Bridgerton se vê solitária e entediada. Até que uma carta enviada pelo Sir Phillip Crane muda essa situação. Os dois passam a trocar correspondências e se tornam cada vez mais próximos, mesmo sem nun...