Capítulo 21

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Eloise

Como havia prometido, levarei as crianças para passear. Acho que fará bem para mim também, preciso respirar ar fresco, sair um pouco da minha cabeça e apenas apreciar o momento. Os dois estão tão felizes que estou quase os achando fofos.

— Vamos? — Estendi minhas mãos.

— Vamos! — os dois disseram sorrindo.

— Tem certeza que eu não devo ir? — a srta. Edwards perguntou. Eu não preciso dela para dar uma volta pela propriedade.

— Tenho, descanse, vá bordar, não gosta?

Ela concordou e segurei a mão dos meninos. Por um tempo, depois de andarmos um pouco eles se soltaram e começaram a correr de um lado para o outro. Está um belo dia de sol e é bom sentir seus raios na minha pele. Os deixei brincando, devem ser livres para brincar, se sujarem, até mesmo caírem. Essa é graça da infância.

— Eloise — Oliver se aproximou e me abaixei para que ele cochichasse. — A rã morreu, mas Amanda não a joga fora.

— Faremos um funeral para rã depois, não se preocupe.

— Eu ia jogar no lixo.

Eu também jogaria, mas não sei qual seria a reação de Amanda, ela é emotiva. — Vou pensar no que faremos.

Quando eu percebi estava brincando de pega-pega com eles e senti falta de meus irmãos, as lembranças vieram a minha mente, especialmente com Francesca que tem quase a mesma idade que eu. Nós brigávamos e brincávamos assim como os dois gêmeos.

Depois de um tempo fomos para perto do lago e me sentei na borda. Comecei a jogar pedrinhas para vê-las agitar as águas tranquilas. Um lugar tão agradável, porém Phillip nunca o mencionou. As crianças vieram ao meu lado.

— O que está fazendo? — Amanda perguntou.

— Jogando pedrinhas no lago — Oliver respondeu e jogou uma pedra que logo afundou.

— Oliver está certo, podemos ver quem joga a pedra mais longe. É divertido.

Oliver parece bem entretido, mas Amanda logo desistiu. — É chato.

Até que as pessoas andando de um lado para o outro não era tão ruim, Londres é um lugar cheio de vida. Acho que Amanda gostaria de visitar a cidade. — Não está gostando?

— Estou, só não gosto de jogar as pedrinhas. Por que o papai não veio?

— Ele está fazendo alguma coisa na estufa. — Ele sempre tem o que fazer por lá, não é ruim, precisamos de um tempo longe um do outro as vezes. Mas de fato ele deveria estar com os meninos.

— Hm... — Ela coçou a cabeça. — Eu gosto de você, Eloise.

Eu sorri. — Eu também gosto de você, Amanda.

— E eu? — Oliver reclamou.

— Gosto dos dois.

— Mas gosta mais de mim? — Amanda perguntou.

— Por que ela ia gostar mais de você? Você é chata — o irmão questionou.

— Porque eu sou menina e mais inteligente que você.

Eu ri, não temos laço sanguíneo, mas somos até parecidas. — Gosto dos dois igualmente. Meninas e meninos são diferentes na aparência, mas são iguais. Cada um tem suas qualidades, nenhum é melhor que o outro.

No fim das contas a luta das mulheres não é pela superioridade e sim pela igualdade. Quero que eles cresçam sabendo disso. Logo Oliver e Amanda começaram a brincar na beirada do lago e pegar pedrinhas entre os cascalhos. Apoiei-me nos meus braços sentindo a brisa no meu rosto, respirei fundo sentindo uma agradável sensação de paz. Devia ter trazido um livro. Na próxima vez trarei. Podiamos fazer um piquenique.

Com amor, EloiseOnde histórias criam vida. Descubra agora