15

212 23 8
                                    

" Contanto Que Doa Na Topaz "

( Steffan Changretta )

Sicília|Itália
09:30AM

Ganância. Era esse o cheiro que eu sentia vindo daquelas pessoas a minha volta. Não os julgo pois também sigo nesses mesmos trilhos, aliás... ganância é o lema de minha família.

O imenso campo esverdeado era um completo silêncio. Todos ali estavam estáticos ansiosos pela minha "Tacada da Vitória", como costumam dizer.

Direciono o Putters na parte posterior da pequtena bola e ajeito minha postura sem esforço algum. Então, suavemente me movimento para frente junto a meu braço fazendo a bolinha rolar e cair no último buraco.

Palmas soam em sintonia, seguidas de gritos avulsos que entendi bem por cima:
"Isso ae garoto!", "Está no sangue mesmo!" e "Essa nem eu vi!"

Ignoro seus escândalos e jogo meu taco para o lado que nem chega a cair no gramado, pois Boris meu guarda o segura rapidamente de forma atrapalhada.

Ao piscar avisto ao meu lado um Senhor de cabelos grisalho e uma bengala dourada me fitando. Imploro aos céus que o mesmo não abra o bico para me bajular pela Vitória, mas logo a frustração me tomou.

- Meus parabéns Sr. Changretta! Que bela tacada. - Exclama de forma extrovertida. - Me veio até na lembrança seu falecido pai, o mesmo era o melhor dentre todos na época.

Sinto meu estômago embrulhar após o elógio forçado, tento disfarçar meu repúdio mas falho o respondo de forma ríspida:
- Sim, Sim, Sim... mas e você quem é mesmo?. - Meus olhos o analisa de forma grosseira.

Suas vestes até que não eram nada mal, uma camisa de botão branca, calça de lã marrom e sapatos esportivos na cor azul escuro. Logo noto seu cabelo meio torto em sua cabeça e é claro que era peruca, tão previsível.

- Não se recorda? Eu era um velho amigo de seu pai!. - Responde. - Sr. Daves...

Eu não sei por que diabos as pessoas pensam que por serem amigos ou conhecidos de meu pai, vai fazer com que tenhamos alguma intimidade, até por que na maioria das vezes é mentira, e como eu sei? Meu pai não tinha amigos, a não ser meus próprios conhecidos.

- Ah sim... entendi. - Digo murmurando.

O tal "Daves" mantia um sorriso falso enquanto me elogiava de forma grotesca, e tudo oque eu conseguia pensar era em sair dali. Corro meus olhos por todo o campo a procura de Lizzy, logo a encontro sentada em uma das mesas redondas na varanda.

- Oque acha Sr. Changretta?. - Daves pergunta.

Eu não dava a mínima para oque esse velho tenha a dizer, nem mesmo prestei atenção no que o mesmo propôs. Seus elógios e intimidades forçadas não me importava, minha vontade era de meter uma bala na testa de cada um...

- Devo me retirar agora Sr. Daves, preciso resolver algumas coisas. - Respondo em um único fôlego.

Saio dali quase que correndo em direção a Lizzy. Enquanto caminhava Boris me acompanhava e impedia que algumas pessoas ali me incomodasse.

Me aproximo da varanda e sinto um olhar ameaçador em minha direção. Não era como os outros, era diferente... talvez alguém infiltrado? Não, não, é impossível alguém adentrar sem a minha conscientização. Paro em frente a pequena escada, giro meu corpo ficando de costas para a Mansão, corro meus olhos por todos os lados a procura de alguém suspeito. Velho e mais velhos e nada fora do normal, mas eu ainda sentia aquela sensação estranha, talvez seja coisa da minha cabeça ou só um mal pressentimento...

Just Business.. | Toni G!P | 𝐶ℎ𝑜𝑛𝑖 Onde histórias criam vida. Descubra agora