Não tenhas vergonha

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Entrei no carro de Juliette e pedi para ela parar num café.  Precisava comer alguma coisa e creio que ela também e além disso precisávamos conversar.

- Quis tanto procurar-te estes anos todos.  Só não sabia como.

- Porque fugiste?  Eu estive lá na fazenda.

- Eu cansei de ser maltratado e sabia que ali eu não podia estudar mais.  Teu pai mudou comigo, depois que tu foste embora.

- E agora?  Vamos fazer como?

- Juliette,  eu estou na aldeia aqui perto.  Moro com um casal que me acolheu e me trata muito bem.  Eles são um pouco idosos e eu ajudo-os.

- O meu pai não vai mais pagar a minha faculdade.  Eu preciso arranjar um trabalho.

- Vem comigo para a aldeia.  Depois nós dois resolvemos o que fazer.

- Eu vou.  Não quero ficar mais longe de ti.  Vamos buscar as minhas coisas na casa da minha tia.

Juliette estava a arrumar os seus pertences quando o pai e a tia chegaram.

- Juliette,  não faças nada que te arrependas, disse a tia.

- Está decidido tia.  Obrigada por tudo.  Depois dou notícias.   Adeus. Adeus pai.

Saiu com duas malas e nenhum dos dois lhe respondeu.
Rodolffo colocou as malas no porta malas e seguiram viagem.

Chegaram já perto do jantar.   Rodolffo saiu do carro e bateu à porta, indo depois buscar Juliette.

- Sr. Raimundo, eu trouxe a minha namorada, espero que não se importe.

- Entrem.  Claro que nós não nos importamos.  Venham, íamos jantar.  Cheguem-se à mesa.

- Obrigada, disse Juliette um pouco tímida.

- Vocês estão cientes do falatório que vai ser amanhã quando vos virem juntos.  Isto é uma terra pequena.  Todos falam.

- Mas eu vou dizer que somos casados.  Só estávamos separados por alguns problemas.   Ninguém sabe realmente a nossa situação.

- Isso é verdade.  Ninguém sabe.

Terminaram o jantar. Rodolffo e Juliette foram lavar a loiça.
Raimundo e Maria ficaram na mesa.

- Fazem um casal bonito, não é Maria?

- E pelo que contam já sofreram muito.  E ainda vão sofrer mais.
Ele quer ser doutor, ela anda na Universidade.  Aqui nesta terra eles não  vão conseguir fazer vida.

- Sabes, eu estou a pensar naquela casa da cidade que era da nossa filha e nunca quisemos ir lá depois que ela faleceu.  Podemos deixar eles viverem lá.  Talvez consigam um trabalho lá.  Aqui não há nada.

- Tens razão.   Faz 4 anos que a nossa filha morreu e nos deixou a casa.  Está fechada desde então.   Se eles quiserem é lá que vão morar.

Rodolffo veio conversar com Raimundo, enquanto dona Maria foi com Juliette arrumar as roupas no quarto.

- Filha,  deixa eu perguntar uma coisa?  Vocês já dormiram juntos,  antes?

Juliette corou.  Não esperava uma pergunta tão directa da parte dela.

- Não tenhas vergonha.  Eu sei como é.

- Nunca, Dona Maria.  Faz anos que a gente não se vê.

- Fica à vontade.  Nós somos uns velhos que quando adormecemos pode passar um tractor que não ouvimos.  O Raimundo tem o sono pesado e eu retiro sempre o aparelho.

Juliette não teve como não rir perante estes factos.

Enquanto isso, na sala rolava uma conversa idêntica.

Raimundo dava conselhos a Rodolffo de como ter cuidado.  Não era aconselhável que a menina fique grávida por agora,  dizia ele.

Rodolffo ouvia tudo com atenção.   Era tudo novo tanto para ele como para ela.  Ter os conselhos de alguém mais experiente era bom.

Os dois idosos retiraram-se para dormir.  Rodolffo e Juliette ficaram durante algum tempo a conversar na sala.

Estavam ambos nervosos e  nenhum dos dois estava à vontade.

- Anda, vamos dormir.  Amanhã é outro dia.

Deitaram-se e Rodolffo abraçou e beijou Juliette que estava tensa.

- Eu amo-te tanto.

- Também te amo, meu amor.  Porquê tudo foi difícil para nós?

Juliette colocou dois dedos nos lábios dele.

- Só me beija e me ama.

Rodolffo ficou por cima dela e deu-lhe um beijo que iniciou na boca e foi percorrendo todo o corpo dela.
Quando sentiu que ela estava mais relaxada e à vontade penetrou-a suavemente.   Juliette sentiu uma dor ligeira que foi passando para dar lugar a sensações jamais sentidas.

Antes de atingir o orgasmo ele retirou-se de dentro dela e ela não escondeu a frustração.

- Amor, não podes engravidar agora. Para a próxima eu compro camisinhas.

Juliette deu-lhe mais um beijo e ficaram de conchinha para dormir.

Menina bonitaOnde histórias criam vida. Descubra agora