Assim que Juliette passou pela porta viu toda a família na sua casa.
Rodolffo havia combinado a surpresa e todos vieram.
Todos ficaram encantados com Carolina, especialmente o casal Raimundo e Maria, que já não esperavam viver essa experiência de uma criança na vida deles.
- É tão linda, disse Maria.
A Bisa está muito feliz, viu Carolina?Renato estava um pouco calado. Juliette notou tristeza no seu olhar e chamou-o para conversarem a sós no quarto.
- Que foi pai? Não ficaste contente com a tua neta?
- Claro que fiquei.
- Então porquê essa tristeza?
- Não é tristeza, é culpa. Não me perdoo do que vos fiz. Julguei tão mal o Rodolffo e vejo que vocês se tornaram uma família exemplar.
- Não estejas triste. Logo estaremos todos na fazenda. É só o tempo de Rodolffo terminar a Universidade.
- Ele vai querer ir para a fazenda?
- É tanto o sonho dele como o meu.
- Mas, e o trabalho dele? Onde ele vai ser médico na fazenda?
- Não te preocupes, agora. Depois vemos isso.
- Outra coisa, filha. Agora não podes trabalhar. Deixa eu ajudar-vos monetariamente.
- Mas já ajudas. Pagas a Universidade do Rodolffo como pagaste a minha.
- Mas posso ajudar mais. Eu sei que vocês aceitam a ajuda do Raimundo e da Maria. Aceitem algo mais de mim.
- Eles ajudam com alimentos da horta e do pomar. Todos os domingos eu trago muita coisa.
- Eu vou ajudar também. Se não quiseres guarda para a Carolina.
- Está bem. Se é para ficares feliz eu aceito, mas deixa-me perguntar uma coisa:
- Como estão os padrinhos de Rodolffo?
Eu sei que ele não quer saber, mas são pessoas, embora más pessoas.- A Etelvina não anda muito bem e o marido vai-se aguentando.
- Vem, vamos para a sala.
Juliette entrou com o pai na sala e piscou o olho para Rodolffo.
Maria e a tia de Juliette tinham preparado e almoço enquanto esperavam por eles.
Enquanto preparavam a mesa, Juliette levou a pequena Carolina para o quarto para lhe dar de mamar. Rodolffo foi atrás.
- E aí, menina bonita! O que tanto conversaste com teu pai?
- Ele estava triste pelo passado. Ainda não superou o modo como nos tratou, mas cá para mim ele tem ciúmes dos avós.
Rodolffo riu ao mesmo tempo preparava a fralda para depois trocar a filha.
- Diz que vai ajudar-nos com mais dinheiro e se não quisermos aceitar, que guardemos para Carolina.
- É. Agora como não trabalhas, toda a ajuda é válida.
- Amor, eu perguntei dos teus padrinhos.
- Não quero nem saber.
- Algum dia vais vê-los.
- Mas até lá não me interessa nada relacionado com eles.
- Toma, segura a Carolina para arrotar.
- Eita, lasqueira! Que grande arroto.
Juliette trocou a fralda e deitou Carolina no berço que imediatamente pegou no sono.
Almoçaram todos em família, fazendo alguns planos para o futuro.
Ainda faltava tempo mas os avós já lamentaram a ida dos três para a fazenda. Por outro lado Renato e a tia estavam entusiasmados.
- Ainda falta muito tempo, gente! Até lá muita àgua vai rolar debaixo da ponte.
Por fim, quando todos foram embora, Rodolffo e Juliette, aproveitaram o sono da filhota e foram também descansar um pouco.