Quem pensa que nossa vida mudou muito depois do casamento, engana-se
Meu pai prometeu ajudar com os estudos e até agora tem cumprido mas apenas isso. Tudo o resto nós vimos correndo atrás.
Eu continuo no meu part time na padaria e Rodolffo graças a Deus não pode reclamar de falta de serviço.
Todos querem os seus serviços de jardinagem e até já teve que arranjar um moço para o ajudar.
Trabalha e estuda feito um condenado. Tem dias que dorme apenas 3, 4 horas e vive cansado. Mas é muito esforçado. Nunca se queixa e dá graças a Deus sempre que vem um serviço novo.
Andamos nisto há 3 anos. Este é meu último ano de faculdade e o meu sonho era voltar para a fazenda, mas não é possível. Rodolffo ainda tem mais 3 anos pela frente e eu não o posso deixar sózinho.
Meu pai diz que tem passado mal. Não que ele esteja doente do corpo, mas desde o nosso casamento que ele reclama que está cansado e quer passar os negócios para nós.
Minha tia tem sido muito companheira dele. Vive indo e vindo.Continuamos a ir todos os domingos almoçar e passar o dia com os avós.
Dá gosto ver a alegria deles quando nos recebem. Na aldeia já se acostumaram connosco a chamá-los assim.
- Juliette, estás com óptima cara. Há novidades? perguntou a avó.
- Como assim novidades? Está tudo como sempre.
- Não. Não está. Estás grávida disse ela ao meu ouvido.
- Oh avó! Que é que é isso? Não estou.
- Palavra de velhota que não se engana.
- Não avó. Isso só está nos meus planos após terminar o curso.
- Escuta o que estou a dizer. Vem aí novidades.
- Não fale isso perto do Rodolffo. É um dos sonhos dele. Não lhe dê esperanças. Amanhã eu vou procurar fazer um exame de sangue, mas eu tenho quase a certeza que não estou.
- Não digo é mais nada. Anda, vamos ter com eles.
Rodolffo e o avô apanhavam fruta no pomar quando elas chegaram.
Juliette apanhou uma manga meia madura e tratou de a comer.
- Essa está verde, Juliette!
- Apetece-me assim. Eu sempre gostei da fruta àcida, avó.
- Uhm, uhm. Está certo. Se te apetece, come.
À tarde no regresso a casa, Juliette vinha particularmente calada.
Mentalmente, fazia contas. Era certo que as suas regras estavam atrasadas, mas era habitual em períodos de mais stress.
- Em que pensas, menina bonita?
- Oh, amor! Fazia anos que não me chamavas assim.
Não penso em nada especial. Só no carinho que temos dos avós.- É. O avô Raimundo foi para mim, meu pai e avô ao mesmo tempo.
Bendita a hora que parei para lhe pedir àgua.- Viste que depois destes anos todos ele guarda a nossa bicicleta com tanto carinho? E sempre oleada como ele faz questão de dizer.
- Quando um dia voltarmos para a fazenda, havemos de levá-la para os nossos filhos.
- Não vejo a hora disso acontecer, disse Rodolffo.
- O quê, voltar para a fazenda?
- Não. Ter os nossos bacorinhos.
- Rodolffo! Isso é nome que se chame a um filho?
- É um nome carinhoso. Eu acho.
- Havemos de ter os nossos filhos na hora certa.
- Já falta pouco. Tu disseste quando acabasses o curso.
- E se eu chumbar e tiver que repetir o ano?
- Não inventes moda. Se há alguém aplicado, que eu conheço, és tu.
Mais fácil ser eu a repetir o ano.- Não. Ninguém vai repetir. Não nos sacrificamos todos os dias para isso. Eu termino este ano e tu daqui a três.
Rodolffo fez um carinho na face dela. Inclinou-se e deu-lhe um beijo.
- Preciso tirar a carteira de motorista para quando estiveres grávida ser eu a conduzir.
- Não inventes mais uma coisa para fazer. Eu não quero o meu marido cansado todas as noites.
- Isso é uma queixa? Tenho falhado nos meus deveres de marido?
- Não me estou a queixar, mas eu vejo como andas cansado. E não é um dever de marido, é um prazer te ter como marido.
- Ah, bom! Julguei. Vai reclamando e depois não te queixes.
- Isso é uma ameaça? Quero ver ser cumprida.
- Chegámos. - Juliette abriu a porta e Rodolffo entrou atrás dela, fechando-a de seguida.
- Amor, temos de tirar as coisas do carro.
- Anda cá. Tenho uma ameaça para cumprir.
Pegou nela ao colo, colou os lábios nos dela e levou-a para o quarto.- Doido, disse ela quando ele a deitou na cama e começou a tirar a roupa.
- Por ti, respondeu ele enquanto cobria o seu corpo de beijos para no final a penetrar com desejo.
Atingiram o clímax quase em simultâneo caindo cada um para seu lado.
- Promessa cumprida, disse Rodolffo.
- Chek, respondeu Juliette.
O que se seguiu a seguir foi uma sessão de riso que nenhum dos dois conseguia controlar.