Amor

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Amor:
1. forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de consanguinidade ou de relações sociais;
2. atração baseada no desejo sexual.

POV LUIZA

Chegamos em Aracaju por volta das 18h. Nem se quiséssemos teríamos chegado antes disso. Juntar as nossas famílias num churrasco de domingo sempre deu nisso. Era inevitável. Mas foi um domingo muito feliz e nostálgico, preciso confessar que senti saudades desses momentos.

A Carol e a Melissa, filhas do Jorginho e da Cintia, se dão super bem com a Lelê, embora um pouco mais velhas que ela. Eu fiquei surpresa com essa relação, não imaginava que nossas famílias continuavam assim tão próximas, pelo que me pareceu só eu e a Valentina que nos afastamos da vida que levávamos, acho que por pura proteção ao coração. O que de fato é bem natural, visto que estar nesse ambiente nos trazia exatamente para o que nos magoava, não estarmos mais juntas. Refleti um pouco sobre como embora tivesse passado anos, tudo estava exatamente igual. O tio Renato e o papai na beira da churrasqueira reclamando do calor e da cerveja que rapidamente esquentava, a tia Eugênia e a mamãe falando dos absurdos que aconteciam na Ilha como duas boas fofoqueiras, o Jorginho e a Cintia que seguiam parecendo um casal de adolescentes no início do namoro. O diferencial eram nossas sobrinhas e a Laura, que agora ficava em uma mesa na companhia dos novos adolescentes daqui, e a ausência do meu irmão mais velho. Mas de resto, igual.

O clima. A conexão. O amor. Sempre existiu muito amor nesses nossos encontros. A família da Valentina sempre foi um presente especial para nossa. Desde que me entendo como gente que tenho a benção da presença deles conosco.

Quando chegamos na cidade encostei o carro numa rua mais parada dando sinal para que a Valentina parasse o dela ao meu lado:

- Nós vamos direto no shopping, linda - informei - É melhor irmos logo do que chegar em casa e sair de novo. Você vai pra casa agora?

- Vem com a gente, Tina! - Laura! É claro, só podia ser a Laura - Não vamos demorar, numa loja só eu consigo comprar tudo que preciso, vai ser bem rapidinho!!! Depois você vai com a gente pra casa e janta conosco - ela falou claramente empolgada e nós duas nos olhamos sorrindo fraco

- Eu não sei, Lalau - ela me olhou desconfiada - Sua irmã pode ter outros planos - respondeu me observando

- Tudo bem por mim, Valentina - dei um sorriso tímido pra ela - Só não pode reparar na bagunça do apartamento, não tivemos tempo de arrumar nada a nosso gosto ainda, chegamos e fomos direto pra Ilha - avisei

- Para né Lu! Sou eu, a sua Valentina! Claro que eu não vou reparar em nada! - me mostrou a língua - Vamos então! Qual shopping vocês vão?

- No riomar! A loja que a Laura quer só tem lá, vai na frente e eu te acompanho. Não sei se lembro chegar lá daqui - confessei

- Tudo bem, só não se perde de mim! - deu uma piscada de olho pra mim e arrastou o carro

- Woooow ein mana!!!!! Senti a direta daqui - Laura falou me empurrando de leve - Vocês estavam se paquerando na minha cara ou foi só uma impressão minha? Vou contar pra mamãe, ela precisa saber disso - riu pegando o celular pra mandar mensagem pra nossa mãe

- Laura não!!! Não faz isso, por favor! Vamos com calma, deixe esse lance só entre a gente por enquanto, tá? - ela concordou - Olha lá ein, vou confiar em você! - puxei ela pelo queixo e deixei um beijo na bochecha dela - Obrigada por isso!

- Eu te amo e tô torcendo para vocês ficarem bem e juntinhas de novo, sem contar que a Tina é minha cunhada preferida, que a Cintia não me ouça - ela disse me fazendo encher os olhos

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