Passo a frente

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POV VALENTINA


Despertei com o meu celular tocando incansavelmente e com a certeza de que era a mamãe, só ela me liga assim desesperada até que eu atenda o telefone. A Luiza estava dormindo pesado sobre o meu peito, não queria acorda-la mas foi inevitável, assim que me mexi um pouco para alcançar o telefone no móvel ao lado da cama, ela se espreguiçou e abriu aqueles olhinhos lindos me dando um sorriso manhoso.

- Desculpa, amor! Eu não queria te acordar - falei dando um beijo em sua testa e apertando ela dentro de um abraço aconchegante

- Tudo bem, eu estou com fome - fez uma carinha fofa - Que horas são? - peguei o celular e mostrei o horário pra ela na tela - Nossa!!! Já são 16:22 da tarde, amor! Precisamos levantar, nem almoçamos e ainda temos que passar na arquiteta antes de pegar a Lau - levantou afobada 

- Calma, amor! Por que não almoçamos, primeiro pegamos a Lau e aí vamos com ela na arquiteta? - sugeri

- Pensando bem, é melhor assim, né? - falou pensativa e eu assenti - Até porque tem o quarto dela que ela precisa ver como quer também.. Não gosto nem de pensar que daqui uns meses ela não vai estar mais morando comigo - desabafou triste - Acho que não sei mais viver sem ela aqui comigo, amor... - suspirou - Mas também não acho justo pedir que ela fique, sei que foi difícil pra ela morar todos esses anos longe do papai e da mamãe. Por mais que ela ame morar comigo, sei que ela sente falta deles - falou sincera 

- Amor, eu imagino como você está se sentindo, você a tem como filha, a ligação de vocês sempre foi muito forte e linda, depois de tê-la morando com você todos esses anos e as duas ficarem distante de toda a família esse laço se intensificou ainda mais, é natural que você fique triste por saber que em breve ela vai morar com seus pais... - me aproximei e dei um abraço nela - Mas eu tenho certeza que ela vai viver na sua casa e que ela também vai sentir sua falta, Lu... Quando você menos esperar ela tá em casa com você - ela concordou com a cabeça e soltou um sorriso fraco - Vem, vamos adiantar pra gente não atrasar mais. Eu vou esquentar o almoço e colocar a mesa e você vai logo pra o banho, combinado? Depois que almoçarmos eu tomo um banho ligeiro e a gente sai - ela me deu um selinho e foi em direção a suíte. 

Peguei meu celular e retornei a ligação da minha mãe antes de ir para cozinha. Ela conversou algumas amenidades e no final me disse que acreditava que viria pra capital na sexta, disse que a tia Lourdes e o tio Vicente viriam nesse dia com a mudança e que eles tinham se oferecido pra ajuda-los, estranhei a Lu não ter comentado nada comigo, se brincar ela nem deve tá sabendo disso ainda. Falei pra mamãe ir me avisando e disse que se eles viessem mesmo poderíamos jantar lá em casa no sábado, ela adorou a ideia e ficou me enchendo de pergunta querendo saber o motivo do jantar, segundo ela, tem que ser algo muito especial pra eu querer receber tanta gente assim na minha casa, já que eu nunca fiz isso desde que voltei para o Brasil e fui morar só. Eu sorri com seus comentários bobos e após alguns minutos desliguei a ligação informando-a que estava um pouco atrasada pra um compromisso. Antes disso, é claro que dona Eugênia me falou umas 300x que me amava e que já estava cheia de saudade, minha mãe é uma figura.

Quando passei pela sala para cozinha dei de cara com aquele presente na mesa, peguei o cartão novamente e li, era uma cara de pau tremenda dessa querida, mas isso não vai ficar assim. Ela não perde por esperar. Coloquei a mesa e deixei o almoço no forno esquentando com o timer acionado, em seguida voltei para o quarto e a Lu ainda estava no banho, tirei o roupão que vestia e decidi entrar junto com ela.

- Que susto, Valentina! - ela disse colocando a mão no peito 

- Desculpa, vida! - sorri travessa - Eu não queria te assustar - entrei no box e me aproximei dela colando nossos corpos - Só queria desfrutar desse banho junto da minha namorada - Luiza arregalou os olhos ao me ouvir 

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