Capítulo 27

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CARSON

Eu sabia que podia confiar nas atitudes da América.

Ela não é o tipo de garota que faria uma coisa dessas e não passando pano para minha namorada, mas a surra foi bem dada mesmo.

Como é que pode a irmã aproveitar que ela saiu e fazer uma bagunça dessas?

Se fosse o meu irmão comigo, eu também lhe acertaria uns tapas. Não esperaria os pais.

Eu já percebi que os pais dela não são muito capazes de colocar a filha nos eixos, porque se fosse outro, ela não estaria agindo mas dessa forma.

Eu sei que ela é adulta e isso torna tudo pior ainda. Ela não ouve os conselhos dos pais e ainda age como se fosse uma pré-adolescente com os hormônios e rebeldia à flor da pele.

Ainda bem que eu conversei com a América e ela me explicou. Eu ia falar para minha mãe, para ela não ficar acreditando nas histórias da Chicago. Nessas calúnias.

Comentei com a Sue quando chegamos no trabalho e como agora eu sei da versão da América, comentei novamente.

— Tá vendo, Sue, a América não fez nada. Foi tudo coisa da irmã dela.

— Bem que ela parece mesmo maluca. Como é que pode? Bagunçar tudo... o que foi que ela fez mesmo?

— A América disse que ela destruiu o quarto, as roupas, perfumes, a máquina de costura... ela está furiosa. Acertou os bons tapas na irmã, mas se ela aprontar de novo disse que vai dar uma surra pior.

Sue dá boas risadas.

— Errada não está. Ainda bem que você não se casou com Chicago. Se a América não tivesse chegado naquele dia isso teria acontecido, você estava preso nessa coisa automática aí que o seu pai colocou na sua cabeça e que você aceita perfeitamente. Agora estaria casado com ela e provavelmente ela estaria surtando comigo...! — ela me olha com os olhos arregalados. — E poderia muito bem ir na minha casa, bagunçar o meu quarto ou a minha casa toda! Ainda bem que você não se casou com ela, porque seria muito complicado para a sociedade sair a notícia de que a amiga do cara matou a esposa dele por causa da loucura da mulher.

Dou uma gargalhada.

A Sue também é briguenta quando precisa. Ela é capaz de fazer isso.

— Uma injustiça ela sair contando que foi a América quem fez isso, quando foi ela. — comento. — Apanhou e se fez de vítima. Aproveitou para se fazer de vítima. Ela disse que queria sair para comemorar e eu não entendi porque procurou a minha mãe.

— Na certa ela disse que queria comemorar, mas aí quando viu que você estava lá, que a armação dela não deu certo, foi procurar sua mãe para fazer a cabeça dela. E a sua mãe acreditou, não foi? A sua mãe é muito ingênua, Carson.

— Mas, Sue, o que é que a gente vai fazer? Chega uma pessoa e você dá credibilidade a ela. Não conhecemos direito, a minha mãe não a conhece tanto quanto eu já conheço, mas é sempre assim! A gente acaba acreditando. Eu disse e ela entendeu que isso não era perfil da América. Hoje, quando chegar em casa, vou contar tudo para ela.

[•••]

Mais tarde...

— Pois é, mãe. Foi tudo armação dela. — termino de contar a história, sentado numa mesa na varanda, tomando um café junto com ela.

— Nossa, eu tô perplexa! Como essa menina foi fazer uma coisa dessas? Eu não sei se fico mais assustada de ela ter feito isso no quarto da irmã ou por ela ter me procurado para acusar que foi a irmã que fez isso. Eu achei que essa menina era realmente boa garota! Ele iria se casar com você, Carson!

— Pois foi. Ela é desse tipo.

Eu lamento porque uma garota como ela, tão bonita, inteligente, de bom gosto, deveria agir de outra forma.

— E eu acreditei. Juro, Carson, meu filho, eu achei que a América havia feito isso. Eu já estava pensando que você tem se envolvido com uma menina errada, que não era uma boa ideia você começa a namorar ela.

— Mas era isso que a Chicago queria mesmo. Causar. Era essa ideia que ela queria colocar na cabeça das pessoas, fazer com que você acreditasse nisso mesmo, mas é sempre bom ouvir os dois lados da história. Ainda mais quando você sabe muito bem quem é que tem mais propensão para agir dessa forma.

Ela balança a cabeça, concordando comigo.

— E como a América está no momento?

— Ela está muito brava.

— E os pais? O que estão fazendo?

— Os pais agem como se nada tivesse acontecido. Vai entender, né?

— Se eles passaram em pano para uma atitude dessas, coitada da América nesses próximos dias. Vocês vão continuar juntos e Chicago vai continuar não aceitando. É capaz de fazer mais loucuras, meu filho. — minha mãe está horrorizada. — Coitada dela nessa família. Os pais não fazem nada! Ah se fosse meus filhos... Você iria ver o que eu já teria feito. Teria tomado umas boas providências. — ela garante revoltada.

— Se fosse meu irmão, no momento ele estaria num hospital psiquiátrico e com os bons hematomas no rosto.

— Eu acho que a América não merece estar passando por essas coisas. Se a irmã foi capaz de fazer isso, o que mais ela pode fazer? Ela vai tentar fazer de tudo para separar vocês dois.

Mãe está realmente preocupada.

— E o que eu posso fazer, mãe? Não posso sequestrar a América, tirá-la de casa. Ela sabe muito bem que eu quero muito que ela fique comigo. Se ela quisesse se casar, eu ficaria muito feliz, mas eu não posso pressioná-la. Estou deixando as coisas acontecerem no ritmo dela. Tenho certeza que eu gosto dela e como eu tenho. Casar com alguém que eu sinto alguma coisa não seria nada difícil.

Ela sorri.

— Disso eu tenho certeza.

— Eu não sei se ela ainda vai fazer o jantar. Eu iria pedi-la em namoro aos pais dela. Ontem não deu certo, porque não o pai dela não estava lá no momento. Não foi planejado também, mas eu vou pedi-la em namoro e logo em breve eu quero saber se tem possibilidade de ter mais alguma coisa. Eu espero que sim, mas tenho certeza de que ela não vai querer se casar às pressas. Só se estivesse mesmo desesperada para sair de casa.

— A essa altura, não tenho dúvidas.

— Pois é. Isso seria facilmente resolvido com ela morando em outro lugar, sem necessariamente casar. Sei que independente do que ela decidir, eu vou apoiar, desde que não seja nenhuma burrice que a coloque em perigo.

Ela sorri.

— Você é um bom homem, filho.

Instagram: autora.nikole

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