Tornar Vazio Da Presença

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Até parece irônia dizer que me sinto anestesiado, já que essa palavra se parece com o nome de Analu. Não vou me culpar para sempre pelo fim do nosso relacionamento já se passaram dois dias e eu preciso viver, aprender a viver sem ela, sem a mulher que eu amo, amo de forma incondicional. Eu fiz o que pude para continuar com ela, mas ela não se sentia bem com a situação. Jamais iria ocorrenta-la apenas para o meu bem, tudo o que mais quero, é que seja feliz, mas no momento a felicidade dela está custando a minha.

(...)

- Joseph, tem uma mulher na porta dizendo ser a cunhada de Analu e veio buscar as roupas dela. - Marcia disse assim que entrou no meu quarto onde eu estava colocando meus tênis.

Caminhei com Marcia até a sala de estar onde a mulher estava, eu devo ter visto ela uma ou duas vezes na casa de Analu.

- Oi Joseph. - disse e acenou com a mão.

- Bom dia. - disse e sorri sem humor - Marcia, você pode ajudar ela? - me dirigi a ela que assentiu - Obrigado.

As duas foram para o quarto e eu fiquei sentado no sofá da sala esperando meu apartamento se tornar vazio da presença de Analu. Passaram-se alguns minutos até que resolvi ir até o quarto.

Parecia que as duas já estavam acabando de arrumar as roupas de Analu em duas malas grandes.

- Isso daqui também é dela. - peguei uma caixa no armário que tinha algumas jóias.

- Ah tá bom... Nossa é tanta coisa, acho que não vou conseguir levar tudo agora.

- Eu tenho que ir para a escola, você pode voltar quando quiser, Marcia ficará o dia todo aqui. - disse e peguei meu celular na cama e Marcia percebeu o quão abalado eu estava com aquela situação - Marcia, se precisar de alguma coisa me liga. - disse e acenei.

- Tá bom filho, boas aulas! - Marcia disse e sorriu.

Peguei meu violão na sala e desci para o estacionamento subterrâneo. Depois já com o carro fui direto para a escola.

Durante a aula do dia me distrai bastante com as crianças, foi a primeira vez que sorri com verdade depois daquele fim dramático.

- Quebrou a corda... - um menino disse assustado, acho que com medo de alguma repreensão que eu nunca faria.

- Vamos trocar de violão, depois eu coloco outra. - disse e fui até ele - Se comportem, vou pegar um violão na sala de instrumentos. - disse a todos os alunos.

Quando terminei de descer as escadas vi Victória conversando com Kelly.

- Oi Victória. - disse e sorri.

- Oi professor - também sorriu.

- É Tória... eu queria saber como a Maria está? Ela teve algum enjôo?

- Bem, não teve não. Você não está falando com ela né?

- Eu só preciso de um tempo para mim e achei melhor evitar algumas coisas nesse tempo, mas é impossível não me importar com ela, você sabe.

- Sim, sei, mas ela está bem.

- Okay, se ela precisar de alguma coisa, ou acontecer alguma coisa me avise por favor.

- Tá, pode deixar!

- Obrigado, tenho que trocar o violão e voltar para a sala. Até a nossa aula.

- Até. Tchau.

Eu não estava sendo nenhum imbecil, eu enviava mensagens diárias a Maria para saber se ela estava bem, mas eu queria um tempo para colocar minha cabeça e meus sentimentos em seus lugares, então achei melhor evitar conflito, mas isso não significa esquecer dos meus filhos, não me perdoaria se acontecesse alguma coisa com eles durante esse tempo. Aliás, pensar e dizer MEUS FILHOS está me fazendo bem no momento conturbado...

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