Paixão Se Tornar Amor E Amor Companheirismo

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- Tio Joseph, a Maria já vem. - Kaique disse retornando.

- Okay. Obrigado. - sorri.

Ele voltou a brincar com os colegas. Fiquei observando eles enquanto Maria não chegava. Os meninos brasileiros já nascem com o gingado para o futebol. Sem generalizar, é claro. Mas eu aprecio isso, é uma cultura.

Escutei uma porta se fechar então olhei para a entrada da casa. Acompanhei Maria descer os degraus e vir até mim. Ela estava linda. Simples e linda. Mas o que vem fazendo está me chateando muito. Mal responde minhas mensagens de desvelo e ainda esconde de mim uma consulta.

- Oi. - ela disse secamente.

- Oi, Maria. - cruzei meus braços. - Como assim você vai a uma consulta e nem me avisa que tinha? - perguntei sem delongas. - Acho que mereço uma explicação, não é?

- Não sou só eu que está escondendo as coisas. - disse olhando em meus olhos.

- Do que está falando? - fiz uma pausa, e então a ficha caiu. - O Cadu te contou?

- Contou sim. E você não quer me explicar a sensação de reencontrar o grande amor da sua vida? Cadu disse que estavam sorrindo, e que foram embora juntos. Deve ter sido ótimo.

- Será que você pode parar com essa ironia?

- Não, eu não posso Joseph, não bastou muito para que voltasse correndo pra ela.

- Foi apenas um jantar. - falei escondendo a hesitação em pronunciar "apenas".

- Sou muito burra mesmo. Eu acreditei em nós. - disse ignorando o que eu havia acabado de falar. - Acreditei que... Ah não importa, agora.

- Antônia, estamos juntos. - falei me aproximando. - Me desculpe por ter te magoado com o jantar... mas você também... foi a uma consulta com o Benício me excluindo completamente.

- Tá, Joseph. - se afastou. - Estou cansada... não quero conversar agora.

Suspirei e levei minha mão até sua barriga, mas Maria a segurou não me deixando tocá-la.

- Podemos conversar outra hora? - perguntou.

- Okay. - concordei frustrado depois de alguns segundos.

Ela ficou na ponta dos pés dando a entender que ia me beijar, quando inclinei meu rosto ela encostou seus lábios em minha bochecha, depositando o beijo singelo ali.

- Quando vamos conversar? - perguntei enquanto ela se distanciava acariciando a barriga.

- Não sei. - disse e virou-se para entrar.

Observei ela entrar na casa sem olhar para trás novamente. Droga. Estou me sentindo péssimo. Motivos: ter omitido, ter sido excluído de uma consulta e Maria não querer nem ao menos que eu toque em sua barriga.

Se havia algo que eu poderia ter dito, no momento não me ocorreu. Não foi justo as omissões dos acontecimentos, para ambos.

- Tchau, Kaique. - disse e acenei.

- Tchau, tio Joseph. - ele disse parando de brincar por um instante.

Peguei meu celular e liguei para Samuel, perguntando se ele estava desocupado e poderíamos comer juntos. Sua resposta foi positiva então marcamos o local. Posteriormente a ligação, tomei um táxi e fui para o local.

Aproveitei o trânsito para refletir algumas coisas.

(...)

- Desculpa, o trânsito está infernal. - falei me sentando na mesa que Samuel ocupava sozinho.

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