A Causadora Do Primeiro Atraso De Victória

790 38 10
                                    

Como todas às vezes que Analu viajava era difícil acordar e não ver seu rosto como a primeira e melhor imagem do dia.

Me levantei e já passava das 9h, descalço e sem camiseta fui até o banheiro, escovei os dentes, lavei o rosto e me olhei no espelho. Comecei a me lembrar dos sorrisos bobos de Analu, quando me dei conta estava sorrindo sozinho. Fui até o meu celular que estava num móvel ao lado da cama enquanto secava o rosto e vi que havia algumas mensagens de Analu, uma delas dizia:

"Acabei de chegar no hotel, esse lugar é tão lindo, ficaria perfeito com você aqui, sinto muito por ter que te deixar. EU TE AMO!".

Eu a amava tanto que não queria perde-la pro seu trabalho, mas também não devia ser egoísta.

Passei a mão em meus cabelos ainda bagunçados, suspirei indo em direção a cozinha. Coloquei cereal numa tigela com leite e me joguei no sofá, liguei a TV atrás de algo que desviasse meus pensamentos da falta de Analu. Ela sempre faz viajens de trabalho mas eu nunca me acostumo com sua ausêcia. Passava jornal, programas de culinária, fofoca, resolvi então deixar em um jornal. Havia tanta notícia ruim que o melhor era deixar a TV fora da tomada.

Quando vi a hora novamente já eram 10:46, me levantei, coloquei as coisas na cozinha e usei o telefone fixo para avisar a Marcia minha diarista que estava de volta, e que ela poderia voltar a trabalhar em casa.

Não sou muito de arrumar a casa, muito menos Analu, então pagava Marcia para ir em casa quatro vezes na semana, ela fazia muito bem seu trabalho, e as vezes na solidão ela era a pessoa mais próxima com quem eu podia conversar.

Depois de me arrumar peguei minhas chaves e minha carteira e fui ao supermercado. Não queria comer cereal de almoço. Comprei tudo o que precisava e o que não precisava decerto.

Cheguei no prédio Sidney veio me ajudar a carregar as muitas sacolas que estavam no porta-malas. Entrando em casa coloquei as várias sacolas que carregava na mesa e Sidney fez o mesmo com as suas, agradeci e ele saiu. Minutos depois minha campainha tocou, era Marcia que havia chegado.

- Oi Joseph! Tudo bem? - ela disse assim que abri a porta.

- Tudo okay Marcia, e você? Como foram as festas de final de ano? - perguntei lhe dando um abraço.

- Tudo bem, as festas foram ótimas! E as suas? Como foi encontrar seus pais?

- Foi tudo ótimo! - dei passagem para que entrasse.

- Que bom meu filho. - ela tinha o costume de me chamar de filho, e eu gostava, de certa forma me dava um conforto - Cadê Analu?

- Adivinha!

- Está trabalhando?

- Sim, está, e não é aqui em São Paulo.

- Você acabou de chegar e ela viajou?

- Sim. - sorri ironicamente.

- Ai meu Deus! Mas ela já volta. - olhou para mesa e comentou - Pelo visto foi ao supermercado.

- Sim, faz pouco tempo que cheguei.

- Que bom a dispensa estava vazia, e você e a Analu precisam parar de comer só besteira.

- Sim senhora! - brinquei.

Duas VidasOnde histórias criam vida. Descubra agora