Assim que estacionei o carro em frente a casa de Maria, notei que ela vinha caminhando pela calçada, devia estar voltando do trabalho.
- Oi, Maria... - disse assim que se aproximou.
- Quem é vivo sempre aparece, né?! - procurava algo em sua bolsa.
- Você está bem? - perguntei.
- Eu tô... Só pensei que fosse sempre se importar comigo como disse. - me olhou nos olhos.
- Eu mandei mensagens á você perguntando se estava bem.
- Mensagens com um simples okay e um ponto de interrogação, nossa que legal! - abriu o portão e voltou a me olhar - O beijo... estragou tanto assim o relacionamento legal que estavámos criando?
- Não, não é isso. - hesitei em responder tal pergunta.
- Quer entrar e conversar? Eu preciso tirar esses saltos.
Algo me disse para entrar, eu realmente queria conversar com alguém e Maria se mostrou disposta a me ouvir. Entramos e ela foi direto para o seu quarto, trocar de roupa. Me sentei para espera-lá, minutos depois ela ressurgiu no corredor e veio até a sala.
- Você está estranho... vamos na cozinha, estou com fome... - disse acariciando a barriga.
Fomos até a mesma onde Maria recheou a mesa com um monte de coisa. Enquanto fazia sanduíches ficou com uma colher que antes tinha doce na boca, era uma cena engraçada e graciosa.
- Você parece estar feliz... - disse enquanto á observava comer um pouco de tudo.
- Ah, sem motivos, só acordei bem. - olhou para a minha mão sobre a mesa - Esqueçeu de colocar a aliança? - perguntou.
Antes que eu pudesse responder ouvimos um barulho na porta da sala, se tratava de Kaique que assim que entrou, veio até nós.
- Tio Joseph? - perguntou surpreso.
- Oi, Kaique. - sorri.
- Quer um sandu Ka? - Maria perguntou depois de beijar a sua bochecha.
Me juntei á eles para o "lanche". Kaique dizia constantemente o quanto sentia falta das minhas aulas, Maria se viu obrigada a mudar o horário da sua escola, portanto não pode continuar com as aulas de violão, ele afirmou que não abandonou o mesmo, sempre que possível Victória o ensinava. Maria me olhava admirada com a forma de conversar com o seu irmão.
- Então, agora você pode me responder né? - Maria disse de imediato assim que o irmão nos deixou á sós.
- Analu, terminou comigo denovo. - dizer isso me abalava aparentemente.
- Eu não vou falar o que eu disse da primeira vez, você foi arrogante, e a culpa não foi minha.
- Me desculpa, eu estava realmente decepcionado.
- E hoje você não está? - me olhou nos olhos.
- Estou aprendendo a viver. - desviei o meu olhar do seu.
- Relacionamentos são assim... Eu nem sei o que dizer, acho melhor não comentar.
- Estamos nos esquecendo das foto, hoje é dia! - sorri, numa tentativa de modificar o clima estranho.
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Duas Vidas
RomansaJoseph Kutcher formado em música, tem 28 anos, nasceu e foi criado nos Estados Unidos por sua mãe e por seu pai brasileiro. Decidiu dar um novo rumo a sua vida, que para ele não era nada prazeroso ou satisfatório trabalhar de terno e gravata em um e...