A Festa de Halloween - Continuação (ÚLTIMO CAPÍTULO)

268 15 2
                                    

Nos empenhamos por alguns segundos para encontrar a varinha que fazia parte da fantasia de Hailey e, a encontramos debaixo de sua cama. Ela estava fantasiada de fada mas ao invés de uma varinha de condão, na loja de fantasias ela escolheu logo um bastão de mágico e se intitulou "fada mágica". Helen não é tão decidida como a irmã, demoramos para encontrar algo para ela. Mostramos os tradicionais vestidos de princesas e as fantasias de super-heróis mas ela não se identificou com nenhum, fomos para outra loja e ela achou muitíssimo engraçada uma fantasia de abóbora laranja e pediu aquela. Ela ficou um encanto redondinha.

(...)

Ambas estavam bem presas a cadeirinha no carro, sendo assim me acomodei junto ao volante, Maria ainda estava dentro de casa procurando pela toalha das meninas, era de grande importância ter sempre alguma por perto. Elas costumam se sujar muito, principalmente enquanto se alimentam, e comida é o que não faltaria na festa.

Helen e Hailey tinham total atenção voltada aos seus brinquedos e claro reproduzindo sons indecifráveis. Buzinei por duas vezes na tentativa de chamar Antônia, já estávamos muito atrasados.

- Papai, posso fazer pipi? - Helen perguntou me encarando com expressão curiosa.

- Depois prometo que deixo. - me virei para vê-las.

- Também quelo. - Hailey olhou para a irmã que fez uma careta fofa e logo voltou ao brinquedo.

Ao retornar à minha posição original, a aliança no meu dedo voltou a ganhar destaque diante dos meus olhos, era quase impossível não notá-la, aquele objeto me fazia pensar no quanto a vida pode ser surpreendente e te levar para onde nunca imaginou estar. Talvez tudo isso seja sobre o que precisamos ser para encontrar a felicidade. Me sinto confortável na confusão de Maria Antônia que quando vi finalmente saia pela porta com uma bolsa média cor de rosa, trancou a porta e veio na minha direção se abaixando e apoiando o braço na porta.

- Tudo bem? - perguntou ela esboçando um sorriso.

- Estava apenas pensando. Vamos? - perguntei pegando a bolsa de sua mão.

- Claro, só me deixa ver o que aquele senhor quer, ele está olhando pra cá.

Antes que eu pudesse dizer algo ela se levantou e saiu, olhei pelo retrovisor e realmente havia um homem parado e devia estar ali antes, entretanto me perdi em meio a reflexões e não o notei. Observei-a conversando de braços cruzados então retirei meu cinto de segurança e sai.

- Pode voltar quando quiser. - Maria disse. - Estarei aqui.

O tom de voz de Maria agitou meu peito e a expressão do homem, eu não soube bem decifrar.

- Boa noite. - estendi minha mão para o homem que apertou-a firmemente.

- Nós precisamos mesmo ir agora. - Maria disse passando seu braço por trás das minhas costas. - Até outro dia.

Maria me puxou e só pude acenar rápidamente, vasculhei minha memória e naquele momento não fazia ideia de quem era o senhor. Fomos então até o carro, as meninas estavam bem, ainda brincando, agora uma com a outra. Antes de entrarmos no automóvel, Maria parou em minha frente deixando claro na sua expressão que se sentia confusa.

- Parece que aquele é o meu pai. - disse como sempre de forma direta.

Não soube exatamente o que dizer então apenas dei fim a distância entre nós com um abraço apertado, depositando um beijo em sua testa. Ela sorriu docemente como costuma fazer transmitindo calma.

- O que vocês falaram? - perguntei ainda apertando-a.

- Ele disse que queria me conhecer e se desculpar por ser um covarde.

Duas VidasOnde histórias criam vida. Descubra agora