Pov: Atlas.Cinco dias após a missão, cinco dias de sentimentos mistos que não me permitiram ter uma paz concreta após a emoção do retorno de Bradley e Pete naquele F-14 que poderia ter perdido o motor em meio ao oceano.
Esses dias eu me mantive calada, porém jamais deixei de sentir a felicidade de forma palpável ao ver Bradley sem ferimentos e... vivo. Em alguns momentos parecia inacreditável que aquilo havia acontecido, apenas alguns em centenas sobreviviam à situação que ocorrera. Eles me contaram toda a história e eu simplesmente não consegui reagir, tamanho o gatilho dos seus abates.
Com certeza, Iceman estaria orgulhoso desta missão, assinaria todos os nossos papéis com um sorriso em seu rosto. Enquanto minha mente me forçava a viver numa situação similar a um coma. A sua realidade começa a ficar distorcida ao ponto de não saber se é mentira ou não.
O T.E.P.T me fazia acordar de noite, além das cenas no deserto, havia a trilha sonora do Dagger de Bradley e Pete abatidos, com a frase "eles estão mortos". Eu olhava para ele dormindo pacificamente na cama, com sua pele quente perto da minha... Eu precisava tocá-lo para me certificar que não era um fruto de minha cabeça.
Eu estava na cozinha, fazendo nosso café da manhã, em frente a panela mexendo os ovos, com os olhos vidrados e ao mesmo tempo com a mente longe, com muita dificuldade de concentração. Ao mesmo tempo eu fritava os bacons, algumas pessoas reclamariam das gotículas da banha respingando em sua pele..., mas apenas uma leve ardência me mantinha fisicamente acordada por interagir diretamente com meu sistema nervoso.
Estava pronto. Coloquei os ovos e o bacon separadamente em nossos pratos, levando à mesa e beijando a testa de Bradley, sentando-me ao seu lado, olhando a comida por alguns segundos antes de segurar os talheres.
– Querida... Você não me parece bem – Seu tom era calmo, dando uma pequena garfada nos ovos.
– Não, meu amor... Eu não estou – Digo sinceramente, observando-o, algo que minha cabeça gritava que era uma miragem.
– Além do transtorne de estresse, você anda distante. Eu lhe dei espaço para pensar sobre e seu silêncio me deixa preocupado – Ele ainda comia, sem desvencilhar seu olhar meigo e compreensivo de mim.
Coloco meus garfos ao lado do prato, respirando fundo e me contento para não vomitar de estômago vazio, os impactos emocionais me abalavam ao ponto de serem potencialmente prejudiciais para minha saúde física.
– As vezes, minha mente se recusa a creditar que você e Maverick voltaram vivos, isso vem abalando meu psicológico ao ponto de me resultar em crises de ansiedade. É um momento feliz, foi um milagre vocês voltarem, algo sobrenatural! Vocês renasceram quando declararam as mortes, a explosão de um caça com um piloto dentro é capaz de carbonizar um corpo com facilidade – Meus olhos marejaram, apenas ao piscar as gotas grossas pingaram em minhas coxas – Eu achei que havia perdido vocês, todo dia minha própria mente me sabota ao acreditar que a missão fora 100% bem-sucedida –.
Eu estava respirando fundo, com mais uma crise de ansiedade, o peito doendo e ele não sabia o que fazer. Apenas se levantou e me abraçou, me segurando nos braços, acariciando meus cabelos até eu me acalmar.
Demorou alguns minutos, porém parei de chorar e minha respiração estava mais calma.
Ele beija minha testa, secando minhas lágrimas, acariciando minhas bochechas com os polegares, seus olhos verdes mergulhando nos meus e me deixando hipnotizada.
– Meu amor, está na hora de você se cuidar. Vamos atrás de uma terapia para você, existe alguém forte e cansado por trás da pilota Atlas. Natalie Bravo não está bem e você sabe disso – Seu tom era sério, eu apenas concordei.
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•TOP GUN: hearts on fire (Rooster Bradshaw Fanfiction)
FanficDepois de cinco anos de serviço no Iraque, a pilota Natalie, conhecida por seu codinome "Atlas", retorna à Escola Aeronaval como instrutora, buscando deixar para trás os traumas do passado e compartilhar sua experiência com os jovens cadetes. Determ...