Capítulo Vinte
Pov: Rooster.20 sessões de terapia de Natalie.
A escuridão da madrugada envolvia meu alojamento quando acordei subitamente, o silêncio quebrado apenas pelo suave som suave do chuveiro funcionando, em plenas 3:00 horas da manhã. Intrigado, levantei-me cautelosamente, deixando que a luz que passava por debaixo da fresta da porta guiasse meus passos.A porta não estava fechada, a abri apenas empurrando-a, mas deixou meu peito apertado. A luz difusa do chuveiro criava sombras dançantes pela sala, enquanto o som da água misturava-se a soluços sufocados. O vapor sufocante do chuveiro fazia a temperatura do banheiro ser pelo menos cinco graus mais quente.
Lá estava ela, Natalie, sentada no chão, sob a água quente. Seu corpo estava tenso, seus pulsos sendo esfregados com uma força desconcertante pela esponja-de-banho. A pele vermelha, marcada pela fricção, denunciava a agonia silenciosa que ela tentava ocultar. Além que todo seu corpo estava avermelhado de arranhões e pela própria água.
Meus passos ecoaram no piso úmido, mas ela parecia alheia à minha presença até que me aproximei. Seus olhos, que eram normalmente serenos, agora refletiam uma tormenta emocional. Uma tormenta que, até então, desconhecia para mim.
- Nat, o que aconteceu? - Sussurrei, mas ela só percebeu minha presença quando se virou, surpresa e vulnerável. Seus olhos estavam fundos e sem vida.
Suas lágrimas mesclavam-se à água do chuveiro, e sua respiração irregular denunciava o peso do pesadelo que a havia assolado. Não esperava encontrar aquela intensidade de sofrimento em seus olhos.
- E-eles vão me matar, eu não v-vou escapar desta vez - Balbuciou e sua voz se perdeu nos soluços. Seus pulsos, vermelhos e doloridos, também havia arranhões que estavam sangrando levemente, mesclando um leve tom vermelho que escorria pelo ralo.
Eu desligo o chuveiro, sua pele extremamente quente, tremula, aquilo me fez crescer um desespero dentro de meu peito. Ela recuava em minhas tentativas de acolhê-la.
- Eles vão me matar, vão esfolar minha pele... M-mas eu não vou deixar - Seu corpo escorregou do canto do banheiro até se deitar naquela mistura de água e sangue.
Consegui finalmente levantá-la pelos ombros, olhando-a em seus olhos e quase chorando com ela também, querendo apenas entrar em sua cabeça e cravar uma estaca no coração daquele vampiro que seu T.E.PT havia se tornado. Não era a primeira vez que ocorrera surtos de pesadelos.
- Você não está mais lá, Nat. Está segura aqui comigo - Murmurei, secando a água que caia em seus olhos, escorrendo de seus cabelos, logo ela voltou ao seu estado de consciência e ainda amedrontada, apenas se aninhando em meu peito.
Coloquei uma toalha ao redor de seu corpo, carregando-a no colo até nossa cama, tive que secar todo seu corpo, que estava tenso, ainda paralisado. Toda aquela descarga de adrenalina faria que seu corpo desligasse ao perceber que o ambiente não lhe traria ameaça nenhuma.
Isso ocorreu quarenta minutos depois, coloquei suas roupas ensopadas de suor no cesto de roupas sujas, coloquei um pijama confortável nela e fiz curativos em todos os seus cortes e arranhões, sentia que alguns pulsavam, não pelo local onde estavam, mas por resquícios nervosos que nossa pele tinha após ferimentos tão profundos.
Fiquei ali, observando-a dormir. Eu estava acostumado com seus episódios de pesadelos e sempre tinha medo de que seu diagnóstico fosse de esquizofrenia ou algo relacionado. Sua terapeuta a havia recomendado remédios naturais, hobbies e outras coisas que amenizaram bem suas condições.
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•TOP GUN: hearts on fire (Rooster Bradshaw Fanfiction)
FanfictionDepois de cinco anos de serviço no Iraque, a pilota Natalie, conhecida por seu codinome "Atlas", retorna à Escola Aeronaval como instrutora, buscando deixar para trás os traumas do passado e compartilhar sua experiência com os jovens cadetes. Determ...