Pov: Autora
– Olá, Natalie. Como você tem se sentido desde a última vez que nos falamos? – A terapeuta respirou fundo, ajeitou seus óculos sem soltar sua caneta e caderneta.
– Oi, doutora. Eu estou... bem, acho – Ela suspira, passando as mãos em seus cabelos delicadamente arrumados para trás, como de costume – Muitas coisas estão acontecendo, e eu estou tentando entender tudo –.
– Parece que há algo específico que está lhe incomodando. Gostaria de compartilhar? –
– Bem, é sobre o Rooster. Desde que nos reencontramos, tenho sido o foco da vida pessoal dele, aos poucos eu fui me instalando para morar onde ele está alojado, logo depois estávamos namorando. Sei que ele passou por muita coisa, e eu quero entendê-lo melhor, mas sinto que ele já sabe tanto sobre mim – Ela diz, mordendo levemente seu lábio inferior.
– Você está preocupada em sobrecarregá-lo com tudo isto? –.
– Sim, exatamente. Nós crescemos juntos, meu tio nos criou quando o pai dele morreu, mas eu não sei muita coisa sobre ele. E agora que estamos juntos, quero descobrir mais, mas tenho medo de mexer em feridas antigas. Quer dizer... além do que ele me contou, nem sei se há feridas –.
– É compreensível que queira entender mais sobre a vida dele. Você acha que isso pode afetar o relacionamento? – Ela anotou algumas linhas na pequena caderneta.
– Sim, tenho medo de parecer invasiva ou até mesmo reviver coisas dolorosas do passado dele, como a morte de sua mãe ou algo assim... Ficamos separados por uma década sem nenhum sinal do outro, a mudança em nossas vidas me deixa pensativa demais – Ela olhava para suas mãos e vendo as marcas em seus dedos.
– Entendo. A comunicação aberta é crucial em qualquer relacionamento, especialmente quando há um histórico tão longo como o de vocês. Já pensou em conversar com ele sobre isso? – Aquilo parecia óbvio, mesmo sabendo que era mais difícil do que uma teoria complexa.
– Sim, eu pensei. Mas não sei por onde começar. Temos uma longa história juntos, mas ainda há tanto que não sabemos um sobre o outro – Respondeu após alguns segundos pensativa.
– Talvez seja uma oportunidade para explorarem juntos. Vocês têm uma base sólida, e esse conhecimento mútuo pode fortalecer ainda mais o relacionamento. Você já me contou que ambos desejam ter uma família, não apenas por conta da idade de vocês..., Mas como algo pessoal –.
– É verdade. Sinto que estamos nos conhecendo novamente, mas de uma maneira totalmente diferente. Somos adultos, eu fui para o Iraque, ele batalhou muito para entrar na escola naval, eu nunca fui aberta para relacionamentos e... Já namorou antes, várias vezes – Suspirou, se recordando de todas as namoradinhas dele durante o período do ensino médio.
– E isso é emocionante. Vocês se tornaram adultos separadamente, e agora têm a chance de descobrir quem são como adultos. Vocês têm muitos anos pela frente para construir algo novo –.
– Você está certa. Eu só preciso encontrar a maneira certa de abordar isso com ele – Ela sorriu sem mostrar os dentes.
– Pode começar aos poucos, compartilhando suas próprias experiências e, aos poucos, fazendo perguntas que te ajudem a entender mais sobre ele. A chave é a empatia e o respeito pelo tempo e espaço dele – Ela anotou algo um pouco maior em sua caderneta, colocando seu cabelo atrás de sua orelha e sorrindo antes de colocar um ponto final na escrita.
O resto da hora seguiu. Era bem cedinho e o sol estava raiando. Logo havia finalizado aquela sessão, já que o consultório era dentro da academia, Natalie logo saiu e indo até sua nova sala. A porta era numa área específica para capitães e almirantes, sua porta dizia "Capitã de Corveta Natalie Bravo".
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•TOP GUN: hearts on fire (Rooster Bradshaw Fanfiction)
FanficDepois de cinco anos de serviço no Iraque, a pilota Natalie, conhecida por seu codinome "Atlas", retorna à Escola Aeronaval como instrutora, buscando deixar para trás os traumas do passado e compartilhar sua experiência com os jovens cadetes. Determ...