A luta entre deuses e humanos termina com a vitória da humanidade. Agora, é hora de definir qual será a relação entre ambas as raças, visando ao máximo a paz. Para tal, é decidido que as almas dos perdedores das rodadas da grande disputa sejam trazi...
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O PALÁCIO TINHA LONGOS E ESTREITOS corredores, no qual transmitiam um ar majestoso com suas esculturas ornamentais e outros elementos decorativos banhados a prata e ouro. Assim como em outros cômodos, esses corredores possuíam belos vitrais coloridos que ao receber iluminação do sol refletiam na parte interna suas cores vívidas. Tal efeito ajudava a criar um ambiente estéreo e espiritual que em muito lembrava um típico local religioso inspirado nas construções da arquitetura gótica, como a Catedral de Chartres. Mas os vitrais na perspectiva de Hipnos eram inúteis em sua finalidade, afinal o palácio era de um filho de Nyx.
A divindade que observava os vitrais vestia um poncho simples quando posto ao lado da extravagância de seus inúmeros colares e anéis que ressalva sua pele bronzeada e cabelos curtos e loiros. A parte exterior da morada de seu irmão mais velho, Tânatos, era banhado por nada além da escuridão, qualquer luz seria consumida pela deusa cósmica.
Hipnos deslizou seus dedos pelo vitral do corredor que estava, se questionando porque seu irmão decidiu mantê-los, simplesmente não fazia sentido. Seus devaneios foram interrompidos ao sentir a presença de seu gêmeo se aproximando atrás de si.
"Irmão mais velho, a quanto tempo. Você continua o mesmo desde a última vez que nos vimos." Seus olhos brilharam perigosamente ao se focarem na figura de seu irmão mais velho.
Tânatos quando comparado a Hipnos era quase que o completo oposto. Seus cabelos longos pretos estavam soltos de maneira desleixada enquanto caiam ao longo das roupas brancas e tradicionais da antiga Grécia. Sobre a pele pálida não havia nenhum ornamento, apenas um tapa olho preto cobrindo seu olho direito.
"Porque está aqui, Hipnos?" A voz era fria mostrando sinas de irritação ao ver o mais jovem invadindo seu território sem aviso.
"Não seja assim irmão, estava com saudades de ti. Fazem o quê? Trezentos anos desda última vez que nos reunimos? Eu só vim fazer uma visita ao meu amado irmão mais velho." O seu tom era amigável, mas a expressão sarcástica que brincava em seu rosto tirava qualquer seriedade em suas palavras.
O mais velho apenas bagunçou seus cabelos escuros aos suspiros, decidindo não se importar com que o vagabundo de Hipnos estava fazendo. Não tinha tempo para as idiotices de seu irmão.
"Não seja tão descarado, se não veio por um motivo plausível nem me dirija a palavra." Disse por fim antes de se retirar para seu escritório.
Ao passar ao lado dele, porém, teve seu ombro segurado, o mais jovem tinha um sorriso que nem ao menos chegava aos olhos, ele manteve uma leve pressão para impedir que seu irmão continuasse.
"Está certo, Está certo! é sobre Amaterasu."
Amaterasu...
Tânatos sentiu momentaneamente seu corpo congelar. Seus pulmões e seu coração por alguns segundos deixaram de cumprir suas funções pelo choque. Desde quando não ouvia mais esse nome? Quinhentos anos? E porque mesmo depois de tantos séculos ele ainda reagia assim?
